Justiça
MP mira “laranjas” por disparo de notícias falsas nas eleições de 2018
O novo processo investiga se políticos compraram serviços de envio de mensagens em massa para os candidatos à presidência


O Ministério Público (MP) está fazendo uma nova investigação sobre casos de distribuição em massa de notícias falsas nas eleições de 2018. Esse novo processo quer descobrir se políticos serviram como “laranjas”, comprando serviços para envio de mensagens em massa para os candidatos à presidência Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).
O UOL revelou, nesta quinta-feira 28, que o MP pediu para que as empresas que mantêm serviços de compartilhamento de mensagens indiquem nomes e contratos de todos os candidatos, partidos e coligações que compraram publicidade durante as eleições.
“Os crimes aqui investigados, supostamente, interferiram direta ou indiretamente no pleito eleitoral de outubro de 2018, para os cargos de presidente e vice-presidente da República”, afirmou o promotor eleitoral, Clayton Germano,
➤ Leia também: Caixa 2 de Bolsonaro é financiado pela mamata da Rouanet, diz WhatsApp
O processo corre em primeira instância, pois ainda não constam indícios de políticos com foro privilegiado, como o presidente Jair Bolsonaro. Caso isso aconteça, o processo pode subir para o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) ou para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
No ano passando, ainda no período eleitoral, o jornal Folha de S.Paulo revelou que empresários bancavam empresas de disparos de WhatsApp com notícias falsas contra o PT, o que fere a lei eleitoral e pode ser considerado caixa dois.
➤ Leia também: Bolsonaro adiciona imprensa barrada em grupo “Censura” no WhatsApp
Reportagem do UOL revelou que, horas após a publicação da notícia, uma agência da campanha de Bolsonaro apagou registros de disparos.
Além de WhatsApp e Facebook, serão intimados Twitter, YouTube, Instagram e Telegram.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.