Justiça

Garimpeiro diz que PF prendeu seu filho sob acusação de ajudar na fuga de Ramagem

O mandado de prisão foi cumprido em Manaus (AM)

Garimpeiro diz que PF prendeu seu filho sob acusação de ajudar na fuga de Ramagem
Garimpeiro diz que PF prendeu seu filho sob acusação de ajudar na fuga de Ramagem
Foto: Arquivo Pessoal
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O empresário do garimpo Rodrigo Martins de Mello, também conhecido como Rodrigo Cataratas, informou em nota que a Polícia Federal prendeu no sábado 13 o seu filho, Celso Rodrigo de Mello, por suspeitas de colaborar com a fuga do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

O mandado de prisão foi cumprido em Manaus (AM) e, segundo o empresário, determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A defesa de Celso diz que ele é inocente e que está recorrendo da decisão. Em nota, Rodrigo Cataratas disse que “reforça a importância do respeito ao devido processo legal e à presunção de inocência, destacando que qualquer conclusão antecipada não condiz com os fatos”.

Alguns dias antes, o empresário publicou um vídeo nas redes sociais dizendo que esteve com o Ramagem quando “ele não tinha qualquer condenação ou impedimento legal que o proibisse sair do Brasil”. Na postagem, porém, ele não menciona qual seria a relação do filho com o deputado.

A PF acredita que Ramagem tenha viajado de avião até Boa Vista, em Roraima, de onde seguiu de carro até a fronteira pelo município de Bonfim. O deputado teria cruzado a fronteira por via terrestre para a Guiana. Já em território estrangeiro, ele teria embarcado em um voo comercial com destino a Miami, nos Estados Unidos.

Relembre o caso

Ramagem foi condenado pelo STF a 16 anos de prisão em regime fechado por participar da organização criminosa responsável pela tentativa de golpe de Estado. De acordo com as investigações, ele utilizava o aparato da Agência Brasileira de Inteligência, quando chefiava o órgão no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para divulgar informações falsas sobre as urnas eletrônicas e o processo eleitoral, em 2022, além de ações de monitoramento de autoridades.

Após ser condenado, o Supremo suspendeu o seu passaporte e proibiu o parlamentar – e os outros condenados – de sair do Brasil. No dia 19 de novembro, Ramagem foi flagrado pelo PlatôBR em Miami. Desde então, ele é considerado foragido. Em live nas redes sociais, alguns dias depois, o parlamentar assumiu a fuga.

É lógico que eu não ia ficar no Brasil, com as minhas filhas me vendo ser preso sem ter cometido crime algum e sendo submetido a uma ditadura. Consegui sair para não expor minha família a essa violência. Hoje estou seguro aqui, com a anuência do governo americano, diante de uma perseguição grave”, disse ao blogueiro Allan dos Santos, também foragido da justiça brasileira.

Devido à fuga, Moraes determinou a expedição de mandado de prisão e determinou a inserção de Ramagem no Banco Nacional do Monitoramento de Prisões (BNMP). Além disso, o ministro determinou que a Câmara dos Deputados fosse avisada da perda de seu mandato. A Casa Legislativa deve votar a cassação de Ramagem ainda nesta semana, após tensões entre Poderes marcadas pela votação que manteve o mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália.

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