Justiça

Moraes nega incluir Fux no julgamento do nĂșcleo 2 da trama golpista

O ministro pediu para ser transferido para a Segunda Turma do STF logo apĂłs o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

Moraes nega incluir Fux no julgamento do nĂșcleo 2 da trama golpista
Moraes nega incluir Fux no julgamento do nĂșcleo 2 da trama golpista
Moraes lĂȘ seu voto no julgamento de Bolsonaro no STF. Foto: Rosinei Coutinho/STF
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou pedido da defesa de Filipe Martins, um dos rĂ©us do “nĂșcleo 2” da trama golpista, para incluir Luiz Fux no julgamento da ação penal. A anĂĄlise do caso na Primeira Turma d0 STF terĂĄ inĂ­cio nesta terça-feira 9.

A defesa do ex-assessor de Assuntos Internacionais da PresidĂȘncia da RepĂșblica argumentou que Fux jĂĄ participou do julgamento dos outros dois nĂșcleos e, apesar de ter sido transferido para a Segunda Turma do STF, deveria participar da discussĂŁo sobre o nĂșcleo 2.

Ao negar o pedido nesta segunda-feira 8, Moraes disse tratar-se de um recurso meramente protelatĂłrio. Sustentou ainda que o Regimento Interno do tribunal nĂŁo prevĂȘ participação de ministros em turmas das quais nĂŁo sĂŁo membros.

“O julgamento da presente ação penal por quatro ministros da Primeira Turma não implica em qualquer violação aos princípios do Juiz Natural e da colegialidade, estando em ampla observñncia aos princípios constitucionais, ao Regimento Interno desta Suprema Corte e às normas processuais”, escreveu.

Quem sĂŁo os rĂ©us do nĂșcleo 2: 

  • Fernando de Sousa Oliveira – delegado da PolĂ­cia Federal

Ele ocupou posiçÔes estratĂ©gicas na ĂĄrea de segurança pĂșblica antes e durante os ataques de 8 de Janeiro de 2023, e Ă© acusado de nĂŁo ter adotado medidas de prevenção apesar de alertas internos da PF sobre os riscos daquele dia. Segundo a PGR, a omissĂŁo favoreceu o ambiente para a tentativa de ruptura institucional.

  • Filipe Garcia Martins Pereira – ex-assessor especial da PresidĂȘncia

Apontado como autor do rascunho do decreto golpista, teria apresentado a “minuta do golpe” ao então presidente Jair Bolsonaro (PL). O documento previa medidas para reverter o resultado eleitoral e, de acordo com a acusação, passou por ajustes enquanto buscava apoio militar.

  • Marcelo Costa CĂąmara – coronel da reserva e ex-assessor presidencial

Segundo a denĂșncia, monitorou rotinas e deslocamentos do ministro Alexandre de Moraes e repassou informaçÔes ao entĂŁo ajudante de ordens Mauro Cid. A PGR afirma que o acompanhamento tinha finalidade de subsidiar iniciativas do grupo voltadas Ă  ruptura institucional.

  • MarĂ­lia Ferreira de Alencar – delegada e ex-diretora de InteligĂȘncia

O ĂłrgĂŁo aponta que ela se omitiu de forma deliberada em açÔes voltadas a prevenir o ataque Ă s sedes dos TrĂȘs Poderes em 8 de janeiro. MarĂ­lia ocupava a ĂĄrea de inteligĂȘncia no MinistĂ©rio da Justiça e, posteriormente, na Secretaria de Segurança PĂșblica do Distrito Federal.

  • MĂĄrio Fernandes – general da reserva do ExĂ©rcito

Acusado de produzir o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa atentados contra o presidente eleito Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. O documento, segundo a PF, foi encontrado em sua posse e teria sido impresso dentro do Palácio do Planalto antes de ser levado ao Palácio da Alvorada.

  • Silvinei Vasques – ex-diretor-geral da PolĂ­cia RodoviĂĄria Federal

A PGR afirma que ele articulou operaçÔes da PRF para dificultar o deslocamento de eleitores do Nordeste no segundo turno de 2022, contrariando orientaçÔes do TSE. As açÔes buscariam reduzir votos para Lula, que havia vencido a região no primeiro turno.

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