Justiça
Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj, é preso em operação da PF
O deputado estadual é suspeito de vazar informações sobre a operação que prendeu TH Joias por suposto envolvimento com o Comando Vermelho
O deputado estadual Rodrigo Bacellar (União-RJ), atual presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, foi preso na manhã desta quarta-feira 3 pela Polícia Federal. Ele é suspeito de vazar informações sigilosas da Operação Zargun, que tinha o objetivo de desarticular política e economicamente o Comando Vermelho.
A ordem de prisão foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no âmbito da ADPF das Favelas. O ministro também determinou o afastamento de Bacellar do cargo de presidente da Alerj e autorizou busca e apreensão em endereços e nos gabinetes do parlamentar.
O STF também determinou que a PF conduza as investigações sobre a atuação dos principais grupos criminosos violentos em atividade no estado do Rio de Janeiro e suas conexões com agentes públicos.
Em nota, a PF diz que a ação – batizada de Operação Unha e Carne – cumpre um mandado de prisão preventiva e oito mandados de busca e apreensão. Os agentes também dão andamento a um mandado de intimação para cumprimento de medidas cautelares diversas da prisão.
Bacellar ainda não comentou a prisão. A Alerj também não se pronunciou.
Na Operação Zargun, que teria tido as informações vazadas, o deputado estadual TH Joias (MDB-RJ) foi preso suspeito de usar o mandato para favorecer o crime organizado. A investigação aponta que ele teria intermediado a compra e venda de drogas, fuzis e equipamentos.
Quem é Rodrigo Bacellar
Bacellar é advogado filiado ao União Brasil e está no seu segundo mandato como deputado estadual no Rio de Janeiro. Na Alerj ocupa o cargo máximo, de presidente, desde fevereiro de 2023.
Entre 2021 e 2022, foi secretário de Secretário de Governo do Rio de Janeiro, no governo de Cláudio Castro (PL). Atualmente, é tido como a principal aposta do bolsonarismo para substituir o governador na próxima eleição. A negociação que o colocou como pretendente ao posto foi feita com o aval de Jair Bolsonaro (PL).
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