Justiça

Toffoli autoriza operação da PF na 13ª Vara Federal de Curitiba, onde Moro atuou como juiz

Agentes buscam documentos e arquivos solicitados, mas nunca enviados ao STF. Itens podem comprovar as acusações de Tony Garcia contra o ex-juiz da Lava Jato

Toffoli autoriza operação da PF na 13ª Vara Federal de Curitiba, onde Moro atuou como juiz
Toffoli autoriza operação da PF na 13ª Vara Federal de Curitiba, onde Moro atuou como juiz
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. Foto: Nelson Jr./STF
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A Polícia Federal realiza na manhã desta quarta-feira 3 uma operação de busca e apreensão na 13ª Vara Federal de Curitiba, unidade que concentrou os processos da Operação Lava Jato sob o comando de Sergio Moro. A ação cumpre determinação do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, e tem como objetivo acessar documentos físicos, mídias, inquéritos e arquivos digitais que, segundo o STF, foram requisitados diversas vezes, mas não encaminhados pela Justiça Federal do Paraná.

A diligência integra o inquérito sigiloso que apura acusações feitas pelo ex-deputado estadual Tony Garcia. Ele afirma ter sido coagido pelo então juiz Sergio Moro, hoje senador pelo União-PR. A coação teria ocorrido no caso Banestado, quando o ex-parlamentar disse ter sido forçado a atuar como uma espécie de “agente infiltrado”, realizando gravações e monitoramentos clandestinos contra autoridades, incluindo desembargadores do TRF-4, integrantes do Tribunal de Contas do Paraná e políticos com prerrogativa de foro.

De acordo com as decisões já tornadas públicas, Toffoli autorizou o “exame in loco” de processos, mídias, pastas e computadores da vara, permitindo à PF acessar “todos os terminais e computadores” com informações relacionadas às pessoas citadas nas investigações. O ministro também rejeitou um pedido de Moro para que o caso saísse das mãos do STF.

Tony Garcia sustenta que parte das supostas operações clandestinas e das ordens atribuídas a Sergio Moro, ex-juiz da Lava Jato, estaria documentada nos materiais mantidos na 13ª Vara. Relatos encaminhados ao Supremo mencionam escutas instaladas em seu escritório, abordagens a autoridades fora da competência da Justiça Federal e dezenas de tarefas que teriam sido exigidas para homologação de sua colaboração, a maioria sem relação com o processo original.

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