Justiça
Justiça nega ação de Motta contra sindicato por campanha crítica à PEC da Blindagem
O juiz federal Vinícius Costa Vidor, da 4ª Vara Federal, ocupantes de cargos públicos estão sujeitos a instrumentos de pressão e de crítica
A Justiça Federal indeferiu nesta quinta-feira 27 uma ação do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), contra José de Araújo, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica da Paraíba (Sintef-PB), por suposta difamação.
O pedido tinha como base uma campanha realizada pelo sindicato em outubro, quando 10 outdoors foram espalhados pela cidade de Campina Grande (PB) com críticas aos parlamentares que votaram a favor da chamada PEC da Blindagem. A foto de Motta estava em destaque na peça.
Ao indeferir o pedido, o juiz federal Vinícius Costa Vidor, da 4ª Vara Federal, destacou ausência de probabilidade jurídica.
“O conteúdo da manifestação realizada pelo SintefPB tem cunho simplesmente crítico da proposta de emenda constitucional apresentada na Câmara dos Deputados e não há indicação de que haveria intenção específica de difamar a figura pública do querelante“, registrou o magistrado.
Outdoor com críticas ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Foto: Reprodução
Ainda de acordo com o juiz, ocupantes de cargos políticos estão sujeitos a mecanismos formais de responsabilização e também a instrumentos de pressão e de crítica amplos, sendo democraticamente legítimas manifestações públicas com o uso de sua imagem para a sátira, a contestação, a expressa de opinião e a repreensão. O magistrado também destacou ser legítimo o uso de linguagem figurativa, de exagero e de ironia, desde que não imputados fatos manifestamente falsos.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



