Justiça

Governo tenta adiar a sabatina de Jorge Messias no Senado

Planalto quer ganhar tempo para articulações e evitar que indicado ao STF enfrente um cenário de crise instalado por insatisfação de Alcolumbre

Governo tenta adiar a sabatina de Jorge Messias no Senado
Governo tenta adiar a sabatina de Jorge Messias no Senado
Jorge Messias, indicado ao STF por Lula (PT). Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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A sabatina de Jorge Messias, indicado por Lula (PT) para o Supremo Tribunal Federal, marcada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para 10 de dezembro, pode não ocorrer na data prevista. O governo articula nos bastidores para adiar o processo, que ainda nem começou oficialmente, uma vez que a mensagem presidencial formalizando a indicação não foi enviada ao Senado e sem essa etapa o rito não pode avançar.

Há duas razões centrais para retardar o envio do documento. A primeira é ganhar tempo para que Messias amplie sua articulação política. Com apenas duas semanas até a data prevista, aliados avaliam que o período é insuficiente para que o advogado-geral da União percorra gabinetes, se apresente aos senadores e reduza resistências. Integrantes da base admitem reservadamente que, hoje, Messias teria muita dificuldade de garantir os 41 votos necessários no plenário.

A segunda razão é o risco de desgaste extra, caso a oposição consiga aprovar a convocação de Messias na CPMI do INSS. A votação do pedido deve ocorrer ainda nesta quinta-feira 27. A sessão de hoje tem 479 requerimentos em pauta e o governo teme que Messias seja obrigado a depor antes mesmo de ser ouvido pela Comissão de Constituição e Justiça, alimentando narrativas contrárias à sua indicação.

Enquanto isso, Alcolumbre pressiona para manter o calendário original e já chegou a nomear relator antes mesmo da formalização da indicação: Weverton Rocha (PDT-MA), aliado de longa data.

Sem a mensagem presidencial lida em plenário, a indicação não pode tramitar. O presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), afirmou à CNN Brasil que o calendário “vai para o telhado” se o envio não ocorrer nos próximos dias. O governo, porém, não demonstra pressa para resolver o impasse.

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