Justiça

Justiça suspende sessão que votaria cassação de vereadora do PSOL em Curitiba

O caso tem como pano de fundo a distribuição de um panfleto sobre redução de danos, entregue durante uma audiência pública em agosto

Justiça suspende sessão que votaria cassação de vereadora do PSOL em Curitiba
Justiça suspende sessão que votaria cassação de vereadora do PSOL em Curitiba
Professora Angela, a primeira vereadora do PSOL eleita na história de Curitiba. Foto: CMC/Divulgação
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O Tribunal de Justiça do Paraná suspendeu, nesta segunda-feira 17, a realização da sessão que analisaria os pedidos de cassação de Professora Angela, a primeira vereadora do PSOL eleita na história de Curitiba.

Segundo a juíza Diele Denardin Zydek, há indícios de ilegalidades no processo ético disciplinar que fundamentou o pedido. Além disso, indicou irregularidades na comissão que analisou a cassação. “Os próprios membros da Comissão Processante admitiram, em sessão pública, terem se reunido previamente, em gabinete, para debater o conteúdo do relatório, sem que a defesa tivesse sido intimada ou pudesse acompanhar esse ato”.

“Tal conduta revela, em sede de cognição sumária, violação ao art. 5º, IV, do Decreto-Lei n.º 201/1967 e ao art. 5º, LV, da Constituição Federal, pois converte um procedimento acusatório em dinâmica inquisitória“, diz o documento. Por isso, conforme a decisão, o julgamento deve ser suspenso.

O caso tem como pano de fundo a distribuição de um panfleto sobre redução de danos, entregue durante uma audiência pública em agosto. A sessão foi interrompida por gritos do vereador bolsonarista Da Costa do Perdeu Piá (União), que acusou a psolista de fazer “apologia às drogas”. Além do próprio Da Costa, quem também pediu a cassação dela foi Bruno Secco (PMB).

No entanto, o material distribuído por Angela nada tinha de “manual de consumo de drogas” e apresentava informações alinhadas às recomendações da Organização Mundial da Saúde e da comunidade científica sobre como reduzir riscos e ampliar as chances de tratamento.

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