COP30
‘Arrogante e preconceituosa’: prefeito de Belém reage a declaração do chanceler alemão
Friedrich Merz fez um comentário depreciativo sobre a capital paraense ao retornar a Berlim
O prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), afirmou nesta segunda-feira 17 que a declaração do chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, sobre a cidade foi “infeliz, arrogante e preconceituosa”.
Merz esteve na capital paraense para uma reunião bilateral com Lula (PT) no último dia 7, às margens da COP30. Ao retornar ao seu país, o chanceler aproveitou um discurso no Congresso Alemão do Comércio, em Berlim, para fazer um comentário depreciativo sobre Belém.
“Todos ficaram felizes por terem voltado para a Alemanha, principalmente por termos saído daquele lugar onde estávamos”, disse ele, ao relatar ter perguntado aos repórteres que o acompanharam no Brasil quem gostaria de permanecer na cidade — segundo Merz, “nenhum levantou a mão”.
Em resposta, Normando disse por meio das redes sociais que a afirmação foi preconceituosa. “A fala dele não representa o que a população do mundo inteiro tem achado da nossa cidade”, devolveu o prefeito. “Por onde a gente anda, tem muita gente encantada com Belém, com as belezas naturais, sua gastronomia e sua história.”
O emedebista também afirmou que a Amazônia “ajudou o mundo inteiro a respirar” e defendeu “empatia” com o povo da floresta, no sentido de ajudar as populações amazônicas a se desenvolverem “com equilíbrio e sustentabilidade”. “Enquanto você vem com sua arrogância, nós vamos oferecer o nosso calor humano. Cada um dá o que tem.”
Após o encontro com Lula, Merz disse que a Alemanha contribuiria com um valor “significativo” para o Fundo Florestas para Sempre.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Chanceler alemão diz que ‘todos ficaram contentes’ ao deixar Belém após viagem à COP30
Por CartaCapital
À margem da COP30, comunidade em Belém luta contra esquecimento da Amazônia urbana
Por AFP



