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Câmara marca votação que pode cassar a única vereadora do PSOL de Curitiba
O caso tem como pano de fundo a distribuição de um panfleto sobre redução de danos, entregue durante uma audiência pública em agosto
A Câmara de Vereadores de Curitiba agendou para esta terça-feira 18 a votação de duas representações que buscam cassar o mandato de Professora Angela, a primeira vereadora do PSOL eleita na história da capital paranaense.
O caso tem como pano de fundo a distribuição de um panfleto sobre redução de danos, entregue durante uma audiência pública em agosto. A sessão foi interrompida por gritos do vereador bolsonarista Da Costa do Perdeu Piá (União), que acusou a psolista de fazer “apologia às drogas”. Além do próprio Da Costa, quem também pediu a cassação dela foi Bruno Secco (PMB).
No entanto, o material distribuído por Angela nada tinha de “manual de consumo de drogas” e apresentava informações alinhadas às recomendações da Organização Mundial da Saúde e da comunidade científica sobre como reduzir riscos e ampliar as chances de tratamento.
Os procedimentos começaram a tramitar no início de setembro. O corregedor da Câmara, vereador Sidnei Toaldo (PRD), concluiu haver indícios de violação do Código de Ética e Decoro Parlamentar na atuação de Angela. A vereadora, no entanto, aponta suspeição do seu colega, em razão de uma manifestação dele nas redes contra a distribuição dos folhetins.
A sessão desta terça-feira terá início com a leitura de documentos solicitados pela defesa e pelos vereadores que propuseram a cassação. Parlamentares que desejarem poderão se manifestar na sequência, com direito a 15 minutos de fala. Depois disso, a Mesa Diretora dará à vereadora, ou ao seu advogado, duas horas para defesa oral. Ao final, ocorrerá a votação de forma nominal.
Para que Angela tenha o mandato cassado são necessário ao menos 26 votos.
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