Justiça

Robinho pede que STF retire classificação de crime hediondo de condenação por estupro

Advogados dizem que o STJ agravou a pena ao mudar o que foi decidido pela Justiça italiana; medida pode permitir semiaberto

Robinho pede que STF retire classificação de crime hediondo de condenação por estupro
Robinho pede que STF retire classificação de crime hediondo de condenação por estupro
O ex-jogador Robinho. Foto: Ricardo Saibun/Santos FC
Apoie Siga-nos no

A defesa do ex-jogador Robinho apresentou um novo pedido ao Supremo Tribunal Federal para tentar tirar o ex-atleta do regime fechado. Os advogados querem que o tribunal retire a classificação de crime hediondo da condenação imposta pela Justiça da Itália, onde ele foi sentenciado a nove anos de prisão por estupro coletivo, em 2017.

O documento está sob relatoria do ministro Luiz Fux, que já analisou outros pedidos da defesa. Segundo os advogados, o Superior Tribunal de Justiça, ao autorizar o cumprimento da pena no Brasil, mudou o conteúdo da decisão italiana ao aplicar a legislação brasileira sobre crimes hediondos.

Na prática, essa mudança torna mais difícil a progressão de regime. “O Superior Tribunal de Justiça modificou a natureza do crime atribuído ao paciente em território estrangeiro, passando a qualificá-lo como hediondo”, diz o texto do habeas corpus.

Os defensores afirmam que o STJ não poderia ter alterado os termos da sentença italiana e que a decisão causou um “constrangimento ilegal”. Eles pedem que o STF suspenda essa classificação em caráter de urgência, o que abriria caminho para Robinho tentar o semiaberto ainda este ano.

“Tem-se que, estando o paciente cumprindo pena por mais de 1 ano e 7 meses e considerando que, se afastada a qualificação de crime hediondo, teria direito à progressão do regime prisional, necessária a concessão de medida liminar”, afirma o pedido.

Robinho está preso desde março de 2024 no presídio de Tremembé (SP). A defesa argumenta que ele tem bom comportamento e cumpre corretamente as regras internas.

Condenado por estuprar uma mulher albanesa em uma boate de Milão, em 2013, Robinho nega o crime e diz que a relação foi consensual. O ex-jogador cumpre no Brasil a pena aplicada pela Justiça italiana, após o STJ homologar a condenação no ano passado.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo