Justiça

Por unanimidade, STF confirma condenação de Bolsonaro na trama golpista

A Primeira Turma rejeitou nesta sexta-feira 14 os embargos de declaração

Por unanimidade, STF confirma condenação de Bolsonaro na trama golpista
Por unanimidade, STF confirma condenação de Bolsonaro na trama golpista
Bolsonaro na residência de luxo onde cumpre prisão domiciliar, em Brasília – Foto: Sergio Lima / AFP
Apoie Siga-nos no

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu nesta sexta-feira 7, por unanimidade, negar o recurso apresentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso da trama golpista.

Votaram por rejeitar os embargos de declaração os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. O STF confirmou que o ministro Luiz Fux não participaria da análise — ele deixou a Primeira Turma em outubro, ao migrar para a Segunda, mas havia manifestado o desejo de continuar a participar do caso até o esgotamento de todos os recursos.

No voto seguido pela turma, o relator, Alexandre de Moraes, afirmou que “não assiste razão ao embargante, sendo o caso de rejeição dos embargos de declaração”, lembrando que o recurso só é cabível em casos de ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão, o que, segundo ele, “não se verifica no acórdão embargado”.

O ministro reiterou que o acórdão condenatório foi devidamente fundamentado e que a decisão reconheceu a existência de uma “organização criminosa que tentou, com emprego de grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito”, da qual Jair Bolsonaro teria exercido “a função de líder”. Moraes também destacou que a tentativa de golpe culminou nos “violentíssimos atos criminosos de 8 de janeiro de 2023”, reafirmando que as ações visaram “impedir ou restringir o exercício dos poderes constitucionais, em especial, do Poder Judiciário brasileiro”.

Os recursos em análise são embargos de declaração, que servem para apontar eventuais omissões ou contradições em decisões judiciais, mas não têm poder para alterar o resultado do julgamento. Com os recursos rejeitados, o processo pode avançar para o trânsito em julgado, etapa em que as condenações tornam-se definitivas e as penas podem começar a ser executadas.

Paralelamente, Moraes retirou dos autos um ofício enviado pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, que solicitava uma avaliação médica de Bolsonaro para verificar se o ex-presidente teria condições de cumprir pena na Papuda. O ministro apontou “ausência de pertinência” no pedido, que foi apresentado antes do julgamento dos recursos e, portanto, antes da fase da prisão.

Bolsonaro foi condenado em setembro a 27 anos e 3 meses de prisão por envolvimento na tentativa de golpe de Estado. Entre os demais condenados estão Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. O ex-ajudante de ordens Mauro Cid foi o único a não recorrer e já cumpre pena.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , , , , , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo