Justiça

Relatora no TSE vota pela cassação de Cláudio Castro por abuso de poder

O MPE busca reverter decisão do Tribunal Regional Eleitoral que absolveu o governador

Relatora no TSE vota pela cassação de Cláudio Castro por abuso de poder
Relatora no TSE vota pela cassação de Cláudio Castro por abuso de poder
O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL). Foto: Carlos Magno/Governo do Rio
Apoie Siga-nos no

A ministra do Tribunal Superior Eleitoral Isabel Gallotti votou na noite desta terça-feira 4 pela cassação dos mandatos e pela inelegibilidade do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), por abuso de poder político e econômico no pleito de 2022.

A relatora propôs ainda a multa por conduta vedada de cerca de 470 mil reais para Castro e Bacellar, e valor mínimo para Pampolha.

Logo após a leitura do voto de Gallotti, Ferreira pediu vista — ou seja, mais tempo para estudar o caso. Assim, não há data definida para retomar o julgamento.

Restam os votos dos ministros Antonio Carlos Ferreira, Floriano de Azevedo Marques, Estela Aranha, Kassio Nunes Marques, André Mendonça e Cármen Lúcia.

“O quadro de evidências nos autos é bastante diversificado e robusto quanto ao cometimento sistemático de gravíssimas irregularidades efetuadas no governo Cláudio Castro no ano em que se disputou a reeleição”, afirmou Gallotti.

Na abertura da sessão, o vice-procurador-geral eleitoral Alexandre Espinosa Barbosa voltou a solicitar a condenação dos réus.

O caso chegou ao TSE a partir de um recurso do Ministério Público Eleitoral para derrubar a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro que absolveu Castro e outros acusados no processo, relacionado a supostas contratações irregulares na Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro, a Ceperj, e na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a Uerj.

Para o MPE, Castro obteve vantagem eleitoral na contratação de servidores temporários, sem base legal, e na descentralização de recursos para entidades desvinculadas da administração pública do Rio.

O processo também envolve o ex-vice-governador Thiago Pampolha, o ex-presidente da Ceperj Gabriel Rodrigues Lopes e o deputado estadual Rodrigo da Silva Bacellar (União), ex-secretário de governo.

Conforme a acusação, o número de contratações suspeitas chegou a 27 mil na Ceperj e a 18 mil na Uerj, todas durante a campanha eleitoral de 2022.

Castro teria se aproveitado da contratação de mão de obra temporária por órgãos ligados ao governo para irrigar sua campanha com dinheiro público. Segundo a denúncia, os temporários eram contratados sem critérios claros, sob suspeita de indicação política, e recebiam “na boca do caixa” — em dinheiro vivo.

A defesa do governador nega as acusações e diz que “todas as ações do governo seguiram dentro da legalidade, sem qualquer relação com a campanha eleitoral”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo