Justiça
Quem são os primeiros senadores escolhidos para compor a CPI do Crime Organizado
Com maioria da oposição, comissão será instalada na próxima terça-feira; Alessandro Vieira deve ser o relator e Fabiano Contarato é cotado para presidir os trabalhos
A CPI do Crime Organizado, criada no Senado após a operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro, já começa a tomar forma. O colegiado será oficialmente instalado na próxima terça-feira 4 e terá como missão investigar a estrutura, a expansão e o funcionamento de facções criminosas e milícias em todo o País.
A CPI nasce sob forte tensão política. A maior parte das indicações feitas até agora vem de partidos de oposição ao governo Lula (PT), o que deve garantir maioria oposicionista entre os titulares e tornar as sessões palco de embates entre governistas e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento que originou a comissão, é o nome mais cotado para assumir a relatoria. Ex-delegado da Polícia Civil, Vieira defende uma apuração “técnica e apartidária” sobre o crime organizado, mas reconhece que a investigação será inevitavelmente atravessada por disputas políticas após o massacre ocorrido nos complexos do Alemão e da Penha, que deixou mais de 120 mortos.
Na presidência, o nome mais provável é o do senador Fabiano Contarato (PT-ES), também delegado aposentado, que tem buscado costurar um acordo para equilibrar a composição e evitar a politização dos trabalhos.
Senadores já indicados à CPI do Crime Organizado
Titulares confirmados:
- Flávio Bolsonaro (PL-RJ);
- Sergio Moro (União-PR);
- Magno Malta (PL-ES);
- Marcos do Val (Podemos-ES);
- Jaques Wagner (PT-BA);
- Rogério Carvalho (PT-SE);
- Alessandro Vieira (MDB-SE).
Suplentes já indicados:
- Fabiano Contarato (PT-ES);
- Eduardo Girão (Novo-CE).
Outros partidos, como PP e Republicanos, ainda não definiram seus representantes, o que pode alterar o equilíbrio de forças dentro da comissão.
A CPI contará com 11 integrantes titulares e 7 suplentes, e terá prazo de 120 dias, prorrogáveis, para funcionar.
A criação da comissão foi determinada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), em meio à repercussão da Operação Contenção, no Rio de Janeiro, que resultou em mais de uma centena de mortes. “É hora de enfrentar esses grupos criminosos com a união de todas as instituições do Estado brasileiro”, disse Alcolumbre em nota oficial.
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