Justiça

Fux suspende julgamento de Moro em caso envolvendo suposta calúnia contra Gilmar Mendes

Pedido de vista deve postergar a finalização do julgamento em até 90 dias

Fux suspende julgamento de Moro em caso envolvendo suposta calúnia contra Gilmar Mendes
Fux suspende julgamento de Moro em caso envolvendo suposta calúnia contra Gilmar Mendes
Ministro Luiz Fux durante sessão plenária do STF. Foto: Fellipe Sampaio /STF
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Um pedido de vista apresentado pelo ministro Luiz Fux interrompeu o julgamento, pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, de um recurso do senador Sergio Moro (União-PR) para suspender o processo de calúnia que o ex-juiz responde por suposta calúnia contra o decano do STF, Gilmar Mendes.

Apesar da solicitação, que deve postergar a finalização do julgamento em, no máximo, 90 dias, o colegiado já formou maioria para manter a ação penal. A análise do recurso ocorre no plenário virtual do colegiado, onde os ministros apenas depositam seus votos. Compõem a Turma, além de Fux, os ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia (relatora).

A calunia citada remonta a abril de 2023, quando ganhou força nas redes sociais um vídeo em que Moro ironizava Gilmar em uma festa junina na qual o ex-magistrado conversava com algumas pessoas. Após uma mulher dizer que ele “está subornando o velho”, Moro respondeu: “Não, isso é fiança. Instituto para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes”.

O episódio foi parar no Supremo, levado pela Procuradoria-Geral da República. De acordo com o órgão, o senador, “com livre vontade e consciência, caluniou o ministro Gilmar Mendes, imputando-lhe falsamente o crime de corrupção passiva”.

A defesa de Moro, após a denúncia, alegou se tratar apenas de uma “piada infeliz”. A justificativa não foi aceita e a denúncia avançou no STF em junho de 2024, quando o ex-juiz se tornou oficialmente réu no caso. Na ocasião, Cármen Lúcia, relatora do processo, afirmou que a alegação de se tratar de uma brincadeira não autoriza Moro a ofender a honra de Gilmar.

O político pede agora que os ministros reavaliem a decisão e não acolham a denuncia. A análise do recurso começou em 3 de outubro e acabaria às 23h59 desta sexta. A relatora votou para negar a tese arguida pela defesa de Moro, em entendimento acompanhado por Moraes, Zanin e Dino.

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