Justiça
CPMI do INSS aprova quebras de sigilo de dirigentes do Sindnapi
Irmão de Lula e ex-chefe de gabinete de Alcolumbre ficam fora da lista de alvos


A CPMI do INSS aprovou nesta quinta-feira 9 a quebra de sigilos bancário e fiscal de integrantes do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi).
A decisão ocorre no mesmo dia em que a Polícia Federal deflagrou uma nova fase da Operação Sem Desconto, que apura um esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários e teve como alvos endereços do sindicato em São Paulo.
São alvos da PF:
- Milton Baptista de Souza Filho, o Milton Cavalo, presidente do Sindnapi;
- Daugliesi Giacomasi Souza, esposa de Milton;
- João Batista Inocentini, o João Feio, ex-presidente do sindicato, falecido em 2023.
Os requerimentos aprovados determinam o acesso às movimentações financeiras e fiscais dos três de janeiro de 2019 a outubro de 2025. O objetivo é verificar indícios de irregularidades em transações relacionadas à arrecadação sindical e a descontos realizados em aposentadorias.
O vice-presidente do sindicato, Frei Chico, irmão de Lula (PT), não foi incluído entre os alvos da CPMI nem da operação policial. Também ficou de fora o advogado Paulo Boudens, ex-chefe de gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O pedido de quebra de sigilo dele, apresentado pelo deputado Carlos Jordy (PL-RJ), foi rejeitado por 17 votos a 13, após articulação da base governista.
O Sindnapi, presidido por Milton, movimentou 1,2 bilhão de reais desde 2019, incluindo 6,5 milhões de reais em dinheiro vivo, segundo dados do Coaf.
Em nota, o Sindinapi se disse surpreso com o cumprimento de mandatos nesta quinta. Também afirmou que os seus advogados não tiveram acesso ao inquérito policial, ao conteúdo das razões da representação policial ou dos fundamentos da decisão que autorizou a deflagração da medida cautelar.
“[O Sindnapi] reitera seu absoluto repúdio e indignação com quaisquer alegações de que foram praticados delitos em sua administração ou que foram realizados descontos indevidos de seus associados”, diz a nota.
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