Justiça
Barroso volta a indicar possível saída do STF: ‘estou terminando aqui’
O ministro tem sinalizado uma possível saída do STF antes do prazo


O ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso voltou a indicar, nesta segunda-feira 6, que pode antecipar sua aposentadoria da Corte. Durante evento em Salvador, o magistrado disse que está “terminando” sua carreira ao lembrar de quando foi indicado ao STF pela então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2013.
“Esse é um momento muito especial para mim, de muita alegria. Comecei a minha carreira no Supremo aqui e, de certa forma, estou terminando aqui”, afirmou Barroso, em referência às visitas que fazia à Bahia para visitar sua primeira namorada. “A vida é feita de muitos ciclos. A gente deve saber a hora de entrar e a hora de sair”.
Na capital baiana, o ministro participou do XVII Encontro do Conselho de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil. Ele deixou o comando do Supremo no final de setembro e, desde então, tem sinalizado uma possível saída do STF antes do prazo. Pela legislação, Barroso tem o direito de permanecer no tribunal até 2033, quando completará 75 anos (data-limite para aposentadoria de ministros do STF e de outras cortes superiores).
Um dia após passar o bastão para Edson Fachin, o ex-presidente da Corte disse que existem “outros espaços relevantes na vida brasileira” além do Supremo e, por isso, estava avaliando se anteciparia a aposentadoria.
Antes disso, afirmou à Folha de S.Paulo que havia firmado esse compromisso com sua então esposa, falecida em 2023. Já à GloboNews, informou que faria um retiro em outubro antes de anunciar a decisão.
A hipótese de antecipação da aposentadoria de Barroso deflagrou articulações políticas em torno de uma nova indicação do presidente Lula (PT) à mais alta Corte brasileira. Nos bastidores, quatro nomes despontam como favoritos para ocupar a cadeira do magistrado, caso ele oficialize sua saída.
O mais forte é o do advogado-geral da União, Jorge Messias, considerado homem de confiança do petista e com perfil alinhado ao governo. Outro personagem citado é Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado e aliado próximo do decano do STF Gilmar Mendes. Também são citados como ‘supremáveis’ o ministro do TCU Bruno Dantas e o controlador-geral da União, Vinícius Carvalho.
Se Barroso decidir pela saída, Lula terá, além da vaga dele, outras três cadeiras a preencher caso seja reeleito em 2026, já que Luiz Fux, Cármen Lúcia e Gilmar completam 75 anos antes do fim do próximo mandato presidencial.
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