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Presidente do tribunal francês que condenou Sarkozy recebe ameaças de morte, diz sindicato
O ex-presidente foi sentenciado a cinco anos de prisão por associação criminosa


O maior sindicato de juízes da França informou, nesta sexta-feira 26, que denunciou à Justiça as ameaças contra a presidente do tribunal que condenou o ex-presidente Nicolas Sarkozy a cinco anos de prisão e ordenou sua detenção.
Sarkozy, de 70 anos, foi condenado na quinta-feira 25 a cinco anos de prisão por associação criminosa, no caso envolvendo o suposto financiamento ilegal da sua campanha eleitoral de 2007 pela Líbia.
O conservador, que liderou a França entre 2007 e 2012, está prestes a ser o primeiro ex-presidente francês a terminar na prisão, já que o tribunal de Paris solicitou a aplicação provisória da pena.
A União Sindical dos Magistrados (USM) “está preocupada com a designação pública dos magistrados, tanto do Ministério Público quanto do tribunal, como inimigos políticos e com as consequências, ainda que indiretas, que disso advêm: ameaças de morte ou de violência grave”, escreveu em um comunicado.
Segundo o secretário-geral adjunto da USM, Aurélien Martini, a magistrada está sendo alvo de ameaças de morte e agressões violentas nas redes sociais, onde sua foto foi publicada. “Estamos atentos e preocupados”, declarou à AFP.
Por sua vez, o Sindicato da Magistratura (SM) denunciou os ataques de “uma parte da classe política”, que considera que a condenação do ex-presidente foi “fruto de um ‘assédio’, até mesmo de uma ‘vingança’, por parte da justiça”.
“Essas acusações constituem uma distração que não deve enganar ninguém”, opinou o sindicato.
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