Justiça

STF inicia o julgamento pela prisão do ‘Careca do INSS’; Mendonça vota pela manutenção

Antônio Carlos Camilo Antunes e o empresário Maurício Camisotti são acusados de integrar um esquema que desviou recursos de aposentados e pensionistas

STF inicia o julgamento pela prisão do ‘Careca do INSS’; Mendonça vota pela manutenção
STF inicia o julgamento pela prisão do ‘Careca do INSS’; Mendonça vota pela manutenção
O "Careca do INSS". Foto: Carlos Moura/Agência Senado
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O Supremo Tribunal Federal iniciou nesta sexta-feira 26 a análise da prisão preventiva de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e do empresário Maurício Camisotti. Relator do caso, o ministro André Mendonça votou pela manutenção da medida, que foi decretada no último dia 12, no âmbito da Operação Sem Desconto da Polícia Federal.

O julgamento ocorre no plenário virtual da Segunda Turma, sem debates presenciais. Os ministros Dias Toffoli, Edson Fachin e Nunes Marques ainda devem registrar seus votos até 3 de outubro. Gilmar Mendes declarou-se impedido de participar.

Segundo a PF, Antunes é apontado como lobista e intermediador do esquema que promoveu descontos indevidos em benefícios previdenciários, desviando recursos que chegariam a 2 bilhões de reais em um ano. Parte do dinheiro teria sido repassada a servidores do INSS, familiares e empresas ligadas a eles. Camisotti é investigado como beneficiário direto das fraudes.

As investigações revelaram que o Careca e pessoas próximas movimentaram 53,5 milhões de reais, além de manter uma rede de empresas usada para lavagem de dinheiro. A polícia ainda identificou a compra de uma casa nos Estados Unidos, viagens frequentes ao exterior e a posse de veículos de luxo, entre eles quatro Porsches e quatro BMWs, o que reforçou a tese de risco de fuga.

Na quinta-feira 25, Antunes prestou depoimento à CPMI do INSS, no Congresso, onde negou envolvimento no esquema e afirmou que sua prosperidade é fruto de “trabalho honesto”. Ele também reclamou do apelido de “Careca do INSS” e disse que sua prisão foi fundamentada em “mentiras”.

A decisão final do STF definirá se Antunes e Camisotti permanecem presos durante a investigação ou se poderão responder em liberdade.

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