Justiça

Secretaria do DF reconhece falhas em relatório de vistoria na casa de Bolsonaro

A informação consta de ofício enviado nesta quarta-feira 24 ao ministro Alexandre de Moraes

Secretaria do DF reconhece falhas em relatório de vistoria na casa de Bolsonaro
Secretaria do DF reconhece falhas em relatório de vistoria na casa de Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro, em 11 de setembro de 2025, durante prisão domiciliar. Foto: Sergio Lima/AFP
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A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal admitiu ao Supremo Tribunal Federal ter havido “falhas” no monitoramento da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar desde agosto. A informação consta de ofício enviado nesta quarta-feira 24 ao ministro Alexandre de Moraes.

No início da semana, o magistrado cobrou da Seape-DF um relatório detalhado sobre as duas vistorias realizadas na residência do ex-presidente em 12 de setembro, um dia após a condenação no Supremo pela tentativa de golpe. As inspeções, feitas nos veículos que saíram da casa de Bolsonaro, ocorreram às 13h16 e às 16h22. O ministro pediu esclarecimentos sobre quais eram os automóveis, os motoristas e os passageiros.

Ao determinar a prisão domiciliar de Bolsonaro, Moraes estabeleceu que todos os carros da casa e de visitantes deveriam ser inspecionados pelos policiais penais responsáveis pelo monitoramento dele. No ofício encaminhado ao STF, a Seape disse que dois seguranças do ex-presidente saíram do imóvel às 13h16, dentro de um carro Jeep Compass, e foram identificados no relatório de entradas e saídas só como “pessoas”, e não com seus nomes.

Os seguranças deixaram a casa e retornaram 10 minutos depois com uma terceira pessoa, que se tratava de mais um segurança, de acordo com o documento. Sobre a falha de identificação ocorrida às 16h22, a justificativa é que o veículo saiu novamente da casa e não houve menção de que só os seguranças estavam no veículo. Além disso, não foram feitas imagens da inspeção.

O órgão relatou que um agente responsável pelo monitoramento precisou comparecer à administração do condomínio Solar de Brasília, onde Bolsonaro mora, para obter as imagens. “Sobre esta imagem, ressalta-se que o condomínio não a disponibilizou de imediato, informando que consultaria seu setor jurídico e, posteriormente, entraria em contato para fornecê-la”, escreveu a Seape-DF, para quem as falhas de identificação não comprometeram a realização das vistorias na casa de Bolsonaro.

“A ausência de identificação nominal nos eventos mencionados não comprometeu o objetivo principal da vistoria veicular, havendo apenas a não indicação dos passageiros e do condutor, os quais foram devidamente informados no relatório ora apresentado. Salienta-se que os membros da equipe de monitoramento informaram os motivos do erro material do relatório”.

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