Justiça

Operação mira esquema bilionário do PCC em postos de combustíveis

Força-tarefa do MPSP, da polícia e da Receita Federal cumpre 25 mandados em São Paulo e outras cidades; empresário ‘Flavinho’ é apontado como chefe de rede criminosa

Operação mira esquema bilionário do PCC em postos de combustíveis
Operação mira esquema bilionário do PCC em postos de combustíveis
Operação Spare saiu às ruas nas primeiras horas desta quinta-feira 25. Foto: Divulgação PMSP
Apoie Siga-nos no

O Ministério Público de São Paulo, em conjunto com a Receita Federal e a Polícia Militar, deflagrou na manhã desta quinta-feira 25 a Operação Spare, que mira a infiltração do PCC no setor de combustíveis e em casas de jogos de azar. Ao todo, são cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santo André, Barueri, Bertioga, Campos do Jordão e Osasco.

O principal alvo da ação é o empresário Flávio Silvério Siqueira, conhecido como “Flavinho”, suspeito há mais de duas décadas de lavar dinheiro do crime organizado. Ele é apontado como responsável por uma rede de cerca de 400 postos de combustíveis, dos quais 267 ainda ativos movimentaram mais de 4,5 bilhões de reais entre 2020 e 2024. Apesar do volume bilionário, os postos recolheram apenas 4,5 milhões de reais em tributos federais, o equivalente a 0,1% do total movimentado, percentual muito abaixo da média do setor.

As investigações revelam que o esquema utilizava, além dos postos de combustíveis, motéis, franquias e empreendimentos imobiliários para movimentar os recursos. O dinheiro obtido por meio da adulteração de combustíveis e da exploração de jogos de azar era inserido no mercado formal em espécie e por meio de maquininhas de cartão ligadas a uma fintech identificada como BK Bank. A mesma empresa já havia sido alvo da Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto, que desmantelou um braço financeiro do PCC na Faria Lima.

Segundo o MPSP e a Receita, além da rede de postos, foram identificados mais de 60 motéis com faturamento de 450 milhões de reais em quatro anos, redes de franquias que movimentaram 1 bilhão (mas só emitiram notas fiscais de 550 milhões), e operações imobiliárias que somaram centenas de milhões de reais. Em alguns casos, os estabelecimentos estavam em nome de laranjas ou empresas de fachada.

Participam da ação 28 promotores do Gaeco, 64 servidores da Receita Federal e cerca de 100 policiais militares.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo