Justiça
Dino rejeita pedido de advogado que usou voto de Fux para tentar soltar Bolsonaro
O autor pleiteava que o ministro André Mendonça assumisse a relatoria do caso


O ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino negou, nesta terça-feira 16, o habeas corpus apresentado por um advogado mineiro em prol de Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe. O ex-presidente está em prisão domiciliar desde o início de agosto.
Horas antes de Dino publicar a decisão, o autor desistiu do HC, sob alegação de “razões de foro íntimo”. O advogado, que não representa Bolsonaro, pleiteava que André Mendonça assumisse a relatoria do caso, mas o posto ficou com Dino. Ainda assim, o relator se pronunciou.
Ao rechaçar o habeas corpus, Dino afirmou que esse instrumento é incabível para tentar alterar ato de um ministro, de uma das turmas ou do plenário e que faltam “documentos imprescindíveis ao exame da controvérsia”. O ministro ressaltou ainda que Bolsonaro já tem advogados regularmente constituídos.
O autor do HC aproveitou o voto do ministro Luiz Fux pela absolvição do ex-presidente para solicitar, entre outras medidas, a suspensão de qualquer ordem de prisão e o reconhecimento de uma suposta incompetência do STF no caso da tentativa de golpe.
Ao julgar o núcleo crucial da tentativa de golpe, a maioria da Primeira Turma reafirmou a competência do Supremo — isolando Fux, único a defender que o processo descesse à primeira instância.
Nas oito páginas do habeas corpus, o advogado mencionava Fux 19 vezes.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Liderança da Minoria não impede a cassação de Eduardo Bolsonaro, dizem juristas
Por Wendal Carmo
Bolsonaro passará a noite no hospital após se sentir mal
Por Agência Brasil
Como os brasileiros avaliam anistia a Bolsonaro, segundo a Quaest
Por CartaCapital