Bem-Estar
Entenda por que comer pouco nem sempre ajuda no emagrecimento
Reduzir a alimentação e, mesmo assim, não conseguir emagrecer é um desafio comum para algumas pessoas. Embora o senso comum sugira que comer menos leva automaticamente à perda de peso, a ciência mostra que a realidade é bem mais complexa. Fatores fisiológicos, hormonais e comportamentais […]


Reduzir a alimentação e, mesmo assim, não conseguir emagrecer é um desafio comum para algumas pessoas. Embora o senso comum sugira que comer menos leva automaticamente à perda de peso, a ciência mostra que a realidade é bem mais complexa. Fatores fisiológicos, hormonais e comportamentais podem interferir nesse processo.
A médica de família Dra. Mayara Motta, pós-graduada em endocrinologia, destaca que, quando alguém está se alimentando com menos calorias e ainda assim não emagrece, é fundamental investigar se o corpo entrou em um estado de economia de energia. Ela explica que esse processo reduz a taxa metabólica basal, o que torna mais difícil perder peso.
O corpo humano possui mecanismos de adaptação que entram em ação diante da restrição calórica. Após uma fase inicial de emagrecimento, o organismo pode reduzir seu gasto energético, dificultando a continuidade da perda de peso. Esse fenômeno, conhecido como adaptação metabólica, é uma resposta do corpo a períodos prolongados de baixa ingestão calórica, funcionando como um modo de sobrevivência.
Fatores que anulam o déficit calórico
Pequenos lanches, porções maiores do que o necessário e “beliscos” fora de hora podem facilmente anular o déficit calórico. Por isso, o acompanhamento com nutricionista e o registro detalhado da alimentação diária são ferramentas importantes para identificar esses erros.
Além disso, a Dra. Mayara Motta chama atenção para a importância da qualidade dos alimentos consumidos. Uma dieta restritiva, mas pobre em nutrientes, pode aumentar a sensação de fome, causar compulsão alimentar e gerar desequilíbrios hormonais, fatores que impactam diretamente no controle de peso.

Estilo de vida também influencia o emagrecimento
Outro ponto relevante mencionado pela médica é o papel do estilo de vida. Dormir mal, viver sob estresse constante e apresentar alterações hormonais, como excesso de cortisol ou resistência à insulina, podem agravar ainda mais a dificuldade de emagrecimento. Por isso, ela reforça que a perda de peso não deve ser baseada apenas em cortar calorias, mas em uma abordagem individualizada que envolva alimentação balanceada, atividade física, sono adequado e equilíbrio emocional.
Emagrecimento exige uma estratégia abrangente
Emagrecer não é apenas uma questão de “fechar a boca”. A perda de peso de forma saudável e duradoura exige uma estratégia abrangente, que respeite a individualidade de cada organismo e seja construída com acompanhamento profissional. Comer pouco pode não ser suficiente e, em alguns casos, pode até ser prejudicial, se não for feito com planejamento, qualidade nutricional e suporte médico.
Por Sarah Monteiro
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