Justiça
PT vai à Justiça contra Valdemar Costa Neto após declarações sobre o 8 de Janeiro
O presidente do PL, partido de Jair Bolsonaro, disse, sem apresentar provas, que filiados ao PT teriam começado o quebra-quebra em Brasília


O PT vai acionar a Justiça contra o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que afirmou, durante evento no último sábado 13, que foram militantes do partido de Lula que iniciaram a baderna do 8 de Janeiro de 2023 na Praça dos Três Poderes.
“Quem começou o quebra-quebra foi um povo do PT. Tem filmagens deles saindo de lá tranquilamente. Meia dúzia de ‘pé de chinelo’ se mete naquilo e começa a quebrar tudo. Golpe é com metralhadora e tanque de guerra. Nunca houve golpe”, disse o presidente do partido de Jair Bolsonaro, durante um debate em Itu, no interior paulista.
Em nota assinada pelo presidente do partido, Edinho Silva, o PT afirmou que Valdemar mentiu e que repudia a acusação, feita “sem provas e sem base na realidade”. O partido informou que vai tomar “medidas judiciais cabíveis”, mas ainda não definiu quais serão.
“A tentativa de golpe, inclusive, incluía um plano para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, então presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Falsas acusações não apagarão a verdade nem a responsabilidade daqueles que atentaram contra a democracia brasileira”, prossegue a nota assinada por Edinho.
A reação do PT não é a única dor de cabeça que Valdemar teve que lidar após a participação do evento no último sábado. O chefe do partido oficial do bolsonarismo reconheceu, durante o debate, que houve discussões para um possível golpe de Estado – o que configura crime – e depois teve de recuar.
“Houve um planejamento de golpe, mas nunca teve um golpe efetivamente. No Brasil, a lei diz o seguinte: se você planejar um assassinato, planejou tudo, mas não fez nada, não tentou, não é crime. O golpe não foi crime”, comparou, equivocadamente.
Pressionado por apoiadores do ex-presidente, Valdemar recuou na segunda-feira 15, e disse que a declaração foi interpretada “de forma equivocada”, e afirmou que “nunca houve planejamento, muito menos tentativa”.
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