Bem-Estar

Entenda como o estresse pode resultar em problemas gastrointestinais 

Sintomas como dor abdominal, diarreia, constipação, náuseas e gases podem indicar alterações no intestino, muitas vezes associadas ao estresse. Embora não seja a única origem, ele é um dos principais desencadeadores ou agravantes dos chamados distúrbios gastrointestinais funcionais e, em alguns casos, chega a ser […]

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Sintomas como dor abdominal, diarreia, constipação, náuseas e gases podem indicar alterações no intestino, muitas vezes associadas ao estresse. Embora não seja a única origem, ele é um dos principais desencadeadores ou agravantes dos chamados distúrbios gastrointestinais funcionais e, em alguns casos, chega a ser o fator predominante.

O estado emocional influencia significativamente o funcionamento do sistema gastrointestinal porque existe uma série de vias nervosas, hormonais e imunológicas entre o cérebro e o intestino. Diante disso, em um cenário estressante, acontece a liberação de um hormônio que altera movimento, sensibilidade, secreção, regeneração e microbiota do intestino.

Sintomas e diagnósticos comuns

Segundo o Dr. Isaac Altikes, gastroenterologista do Hospital Santa Catarina – Paulista, os sinais de estresse recebidos pelo corpo são traduzidos em respostas inflamatórias e neuroquímicas no trato gastrointestinal pelos mastócitos (células do sistema imunitário) e mediadores neuroendócrinos (hormônios e neurotransmissores produzidos por células neuroendócrinas que controlam a motilidade e a secreção digestiva). 

Nesse cenário, além dos sintomas iniciais, a pessoa pode ter inchaço abdominal, sensação de evacuação incompleta e urgência evacuatória. Em alguns casos, os sinais corporais ultrapassam os limites do intestino, levando a fadiga e cefaleia. Hipersensibilidade visceral e abdominal sem uma causa clara e identificável são indícios característicos de distúrbios funcionais relacionados à sobrecarga emocional.

Conforme o médico, para esses casos, os diagnósticos mais comuns são: 

  • Síndrome do Intestino Irritável (SII); 
  • Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE);
  • Dispepsia funcional;
  • Exacerbação dos sintomas das Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), como doença de Crohn e retocolite ulcerativa. 

“Na Síndrome do Intestino Irritável, é comum que o paciente sinta dor abdominal recorrente quando acontecem alterações no hábito intestinal, como diarreia ou constipação. Nesses casos, o estresse psicológico acaba intensificando ainda mais a dor. Esses distúrbios afetam os indivíduos por meio de sintomas persistentes, redução da qualidade de vida, ausência no trabalho e declínio do bem-estar”, explica o Dr. Isaac Altikes. 

Homem com cabelo curto, de barba e usando camisa de manga longa e calça bege, sentado em sofá bege conversando com psicóloga que tem o cabelo curto, grisalho e está usando um suéter cinza, calça preta e está sentada em uma cadeira marrom
Cuidar da saúde mental é essencial para reduzir sintomas gastrointestinais e melhorar a qualidade de vida (Imagem: Ground Picture | Shutterstock)

Tratamento multidisciplinar

O tratamento para os distúrbios gastrointestinais quando o estresse é a principal causa precisa ser multifatorial, incluindo medicações direcionadas aos sintomas predominantes, além de abordagens psicoterapêuticas, como Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), hipnoterapia dirigida ao intestino e técnicas de manejo emocional.

“As intervenções psicológicas ajudam na redução dos sintomas e moderação da resposta ao estresse. Por isso, cuidar da saúde mental é essencial para a melhora clínica. A comunicação contínua entre gastroenterologista, psicólogo e psiquiatra também é benéfica para um tratamento mais completo e eficaz”, destaca o Dr. Isaac Altikes.

Hábitos que favorecem o bem-estar

Mesmo após o tratamento, a educação sobre o eixo cérebro-intestino e o fortalecimento da relação entre médico e paciente são condutas importantes para proteger a saúde intestinal, mesmo em momentos de estresse. A adoção de hábitos saudáveis diários também faz toda a diferença, como a prática regular de atividade física, técnicas de relaxamento, como a respiração diafragmática, meditação e yoga, além de uma dieta equilibrada com consumo de fibras e probióticos.

Por Camila Parreira

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