Justiça

Centrão analisa cenário antes de firmar posição sobre o mandato de Ramagem

Embora Hugo Motta sinalize alinhamento ao STF, partidos do bloco avaliam resistências internas e lembram suspensão da ação penal contra o deputado

Centrão analisa cenário antes de firmar posição sobre o mandato de Ramagem
Centrão analisa cenário antes de firmar posição sobre o mandato de Ramagem
Deputado Federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados
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O destino do mandato de Alexandre Ramagem (PL-RJ) divide os bastidores da Câmara dos Deputados. Condenado pelo Supremo Tribunal Federal a mais de 16 anos de prisão e à perda do cargo, o bolsonarista se tornou peça central de uma nova disputa entre o Judiciário e o Legislativo.

Enquanto o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já indica a aliados que pretende cumprir a decisão da Corte e declarar a cassação sem levar o caso ao plenário, líderes do Centrão ainda evitam fechar questão. O grupo lembra que, em maio, o próprio plenário aprovou por 315 votos a suspensão da ação penal contra Ramagem – decisão parcialmente revista pelo STF.

Essa lembrança é evocada por alguns deputados como argumento de que há espaço político para questionar novamente a determinação judicial. Por outro lado, a avaliação de que uma resistência aberta ao Supremo poderia ampliar a tensão institucional faz parte das contas do bloco – neste caso, uma briga pelo deputado Ramagem não valeria a pena.

Neste impasse, o PL trabalha para tentar arrastar a definição ao plenário, apostando no apoio da bancada bolsonarista e de parte do Centrão. A sigla busca repetir a estratégia usada no caso de Carla Zambelli (PL-SP), em que a decisão do Supremo foi relativizada pela Câmara.

Por ora, o Centrão observa. A depender do ambiente político até o trânsito em julgado da sentença, o grupo poderá ser decisivo: ou sustenta o cumprimento automático da ordem do STF, ou pressiona pela votação plenária que daria sobrevida ao mandato de Ramagem.

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