Economia

Inflação dos EUA acelera em agosto

O resultado, segundo analistas, não deve impedir a esperada redução na taxa de juros do país

Inflação dos EUA acelera em agosto
Inflação dos EUA acelera em agosto
O presidente Donald Trump, dos Estados Unidos. Foto: SAUL LOEB / AFP
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A inflação nos Estados Unidos acelerou em agosto, chegando a 2,9%, sua marca mais alta desde janeiro, segundo dados oficiais publicados nesta quinta-feira 11. Analistas, no entanto, acreditem ser pouco provável que isto impeça que o Federal Reserve reduza as taxas de juros.

O índice de preços ao consumidor (IPC) subiu para 2,9%, frente aos 2,7% de julho em 12 meses, segundo o Departamento do Trabalho, à medida que as tarifas do presidente Donald Trump impactam a maior economia do mundo.

O número está alinhado com as expectativas dos analistas, e os economistas tentam avaliar se as taxações de Trump provocarão um aumento pontual dos preços ou levarão a custos persistentemente mais altos.

Em termos mensais, o IPC subiu 0,4% em agosto, segundo o relatório, recuperando-se dos 0,2% de julho.

O indicador de inflação subjacente, que exclui os componentes voláteis de alimentos e energia, aumentou 3,1% em relação ao ano anterior.

Nesta semana, a atenção está voltada para os dados da inflação, já que estes costumam influenciar nas decisões do Federal Reserve (Fed, banco central americano) sobre as taxas de juros.

No entanto, “o Fed está preparado para começar a cortar as taxas na próxima semana, praticamente independentemente do que o IPC indicar”, declarou à AFP Kathy Bostjancic, economista-chefe da Nationwide.

“A magnitude do aumento dos preços ao consumidor influenciará no ritmo e na dimensão dos cortes nas taxas deste ano, e não em se iremos obtê-los ou não”, acrescentou Bostjancic.

Impacto das tarifas

A reunião sobre política monetária do Fed está prevista para a próxima semana, na terça e quarta-feira (16 e 17 de setembro), e os operadores antecipam que reduzirá a taxa de juros de referência em 25 pontos-base.

Este seria seu primeiro corte de taxas desde dezembro, após meses de pressão por parte de Trump.

As autoridades mantiveram as taxas inalteradas este ano enquanto monitoravam os efeitos das tarifas sobre a inflação.

No entanto, diante do enfraquecimento do emprego, Bostjancic afirmou que os funcionários estão se concentrando mais na preocupação com uma desaceleração do mercado de trabalho.

Como resultado, a instituição financeira poderia se inclinar a reduzir as taxas para fomentar a economia, em vez de mantê-las em um nível mais alto para conter a inflação.

O aumento do IPC em agosto ocorreu simultaneamente à elevação dos preços dos alimentos, da energia e da moradia.

Desde seu retorno à Casa Branca em janeiro, Trump impôs uma tarifa alfandegária de 10% a quase todos os seus parceiros comerciais e taxações ainda mais altas que impactaram dezenas destas economias.

Também aplicou taxas mais elevadas às importações de setores específicos, como o aço, o alumínio e os automóveis.

Os economistas advertem que o efeito acumulado demorará a chegar aos consumidores, já que muitas empresas ampliaram seus estoques antecipando o período de vigência das tarifas, o que permitiu aumentos imediatos de seus preços.

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