Justiça

Zambelli escreve carta da prisão em Roma e volta a falar em perseguição política

Deputada condenada pelo STF a 10 anos de prisão usa depoimento de ex-assessor de Moraes para sustentar narrativa de inocência

Zambelli escreve carta da prisão em Roma e volta a falar em perseguição política
Zambelli escreve carta da prisão em Roma e volta a falar em perseguição política
A deputada federal Carla Zambelli. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa em Roma desde julho e alvo de processo de extradição ao Brasil, divulgou uma carta manuscrita em que afirma ser vítima de “perseguição política” e pede apoio da população brasileira. O documento foi escrito após o depoimento do ex-assessor de Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro, ao Senado.

Na carta, Zambelli afirma que o relato do ex-assessor comprovaria que Moraes a persegue desde antes de sua nomeação ao Supremo Tribunal Federal. “Ontem o depoimento do Sr. Tagliaferro […] provou mais uma vez que Alexandre de Moraes queria minha cabeça”, escreveu. 

“Com seu depoimento, provou mais uma vez que Alexandre de Moraes queria a minha cabeça desde quando falei de sua ficha e me encontrei com [o então presidente] Temer e com colegas ativistas para não indicá-lo ao STF”, diz.

A deputada também declarou confiar em sua absolvição: “Espero e estou confiante de que conseguirei provar que isso não passam de perseguições políticas e sou inocente.”

Zambelli ainda recorreu a um tom religioso e patriótico, dizendo que “Deus está me dando forças” e citando o Salmo 23: “Ele é meu pastor e nada me faltará”. No fim da mensagem, reforçou: “Amo o Brasil, amo os brasileiros.”

A carta foi divulgada no momento em que a Justiça italiana mantém sua prisão cautelar. A Corte de Apelação de Roma rejeitou o pedido da defesa para substituição da medida, argumentando haver “risco concreto e elevado de fuga”. O tribunal lembrou que Zambelli deixou o Brasil logo após ser condenada a dez anos de prisão pelo Supremo, por invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça.

A defesa da congressista alega que ela sofre de problemas de saúde e acusa o governo brasileiro de exercer “pressão indevida” sobre a Justiça italiana. Os advogados já anunciaram que irão recorrer à Corte di Cassazione e apresentar novo pedido de revogação da prisão preventiva.

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