Justiça
O novo afastamento de Marcos do Val no Senado
Alexandre de Moraes revogou medidas cautelares contra o bolsonarista


Ao revogar a maioria das medidas cautelares impostas a Marcos do Val (Podemos-ES), o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afirmou que o senador pediu uma nova licença do cargo para tratamento de saúde.
A decisão de Moraes suspendeu o uso de tornozeleira eletrônica, o recolhimento domiciliar noturno e a restrição de acessar redes sociais — mas há previsão de multa em caso de publicações com discurso de ódio e ataques ao Estado Democrático de Direito.
Moraes também determinou o desbloqueio das contas do senador, de seu salário, das verbas do gabinete e de seus investimentos bancários. Permanecem válidas, porém, a proibição de sair do Brasil e a apreensão de seus passaportes.
Ao solicitar ao STF a revogação das cautelares, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que Do Val pediu licença do cargo. O chefe da Casa anexou um laudo médico “que comprova a necessidade de afastamento da função parlamentar para tratamento de sua saúde”.
Na requisição de licença, Do Val apontou incapacidade temporária para exercer o mandato e disse respeitar o Estado Democrático de Direito e as instituições democráticas.
“Assim, verifica-se a possibilidade da revogação de várias das medidas cautelares impostas, considerado o retorno do Marcos Ribeiro do Val ao território nacional, a apreensão de seus passaportes, e seu afastamento do exercício do mandato de senador da República, bem como as declarações de respeito ao Estado Democrático de Direito”, decidiu Moraes.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Moraes revoga tornozeleira em Marcos do Val, mas mantém apreensão do passaporte
Por Wendal Carmo
Alerta sobre visitas irregulares de Daniel Silveira entra na mira de Moraes
Por Wendal Carmo
Moraes define novo presídio para o 1º condenado pelo 8 de Janeiro
Por CartaCapital