Justiça
Moraes pede que ex-assessor Eduardo Tagliaferro seja extraditado
Ele é investigado pelo vazamento de conversas de WhatsApp entre servidores do STF e do Tribunal Superior Eleitoral


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, pediu a extradição de seu ex-assessor Eduardo Tagliaferro, denunciado pela Procuradoria-Geral da República pelo vazamento de conversas de WhatsApp entre servidores do STF e do Tribunal Superior Eleitoral.
Moraes encaminhou ao Ministério da Justiça o pedido, que fez a solicitação ao Ministério das Relações Exteriores. O Itamaraty, por sua vez, deve dar andamento com o processo de extradição com o governo da Itália, onde Tagliaferro vive. A informação foi revelada por O Globo e confirmada por CartaCapital.
Nesta sexta-feira, o PGR Paulo Gonet decidiu apresentar ao STF a denúncia contra o ex-assessor. Gonet enquadrou Tagliaferro nos crimes violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Cabe ao STF aceitar a denúncia.
Segundo o PGR, Tagliaferro violou o sigilo funcional ao tornar públicos diálogos sobre temas sigilosos, com o objetivo de atender a interesses ilícitos de uma organização criminosa responsável por disseminar notícias falsas contra o sistema eleitoral. Além disso, prosseguiu Gonet, Tagliaferro obstruiu a investigação da organização criminosa com a mesma prática e o mesmo objetivo.
Em abril, a PF indiciou Tagliaferro pelo vazamento de diálogos de Moraes com auxiliares. Para a corporação, a violação de sigilo funcional foi consciente e voluntária — à época, o investigado integrava a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação no TSE.
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