Justiça

Malafaia diz a Bolsonaro que Eduardo é ‘babaca’ e ‘idiota’

No mesmo áudio, o pastor elogia o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do ex-presidente

Malafaia diz a Bolsonaro que Eduardo é ‘babaca’ e ‘idiota’
Malafaia diz a Bolsonaro que Eduardo é ‘babaca’ e ‘idiota’
Canarinhos. Enquanto Bolsonaro implorava por uma anistia ampla, geral e irrestrita, o pastor Malafaia praguejava contra os “infiéis” – Imagem: Nelson Almeida/AFP
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Em mensagens obtidas pela Polícia Federal, o pastor Silas Malafaia, dono da Igreja Advec, afirma que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) é “babaca”, “inexperiente” e “idiota”. As afirmações foram enviadas ao pai do parlamentar, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 11 de julho, e constam de relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira 20.

A troca de mensagens embasou a operação da PF contra o líder religioso. Mais cedo, Malafaia teve o celular e o passaporte apreendido no Rio de Janeiro, após voltar de Portugal. A irritação demonstrada nos diálogos é por causa da sanções de Eduardo nos Estados Unidos por sanções a autoridades brasileiras.

“A faca e o queijo estão na tua mão, cacete, e nós não podemos perder isso, pô. E vem o teu filho babaca falar merda (sic), dando discurso nacionalista, que eu sei que você não é a favor isso”, diz o pastor no áudio recuperado pelos investigadores. “Dei um esporro, cara, mandei um áudio para ele de arrombar (sic). E disse: ‘a próxima que você fizer, eu gravo um vídeo e te arrebento'”.

Mensagem enviada pelo pastor Silas Malafaia ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução/PF

No mesmo áudio, o pastor elogia o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do ex-presidente, por vincular a discussão sobre a tarifas à anistia a investigados por atos antidemocráticos. “Dá parabéns ao Flávio, pô. Falou certo na GloboNews: ‘eu não sou a favor da taxação, não, mas tem que sentar para conversar sobre anistia’. A carta do Trump é para você”, concluiu.

As mensagens e áudios compõem o material que baseou o indiciamento de Jair e Eduardo Bolsonaro por coação a autoridades no curso da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado.

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