Bem-Estar
Veja como o cansaço sensorial afeta o cérebro
Como relaxar após um longo dia de trabalho cercado por telas, luzes e notificações que disputam nossa atenção? O problema se agrava quando o próprio descanso envolve dispositivos digitais — como televisão, redes sociais, videogames ou leituras em formato digital. Esse excesso de estímulos e […]
Como relaxar após um longo dia de trabalho cercado por telas, luzes e notificações que disputam nossa atenção? O problema se agrava quando o próprio descanso envolve dispositivos digitais — como televisão, redes sociais, videogames ou leituras em formato digital. Esse excesso de estímulos e informações constantes é conhecido como cansaço sensorial e torna-se cada vez mais frequente na sociedade atual.
Segundo o Dr. Fabrício Hampshire, neurologista da Casa de Saúde São José, múltiplos estímulos simultâneos “acabam provocando a desatenção porque não há um foco. Se a pessoa está em um ambiente de trabalho, certamente não vai conseguir atender a performance esperada. Se em descanso, sob muitos estímulos de maneira contínua, acaba não havendo repouso, sobretudo sensorial, de forma adequada que garanta o restabelecimento”.
O cansaço sensorial é muito comum no transtorno do espectro autista (TEA), no entanto, esse problema pode afetar qualquer pessoa quando há uma sobrecarga de estímulos para os sentidos. Esse sentimento de “cansaço” acontece mesmo quando não há esforço físico, já que o organismo entra em um estado constante de alerta que não permite o repouso.
Como o superestímulo impacta o dia a dia
O neurologista comenta ainda que esse esgotamento repercute na atenção, na concentração, no nível de repouso e no estresse, podendo gerar impactos a médio e longo prazo nos pacientes. “Manter-se hiperestimulado de forma contínua acaba levando a um nível de alerta constante, sobrecarregando o indivíduo, que naturalmente vai levar a uma fadiga mental”, explica o Dr. Fabrício Hampshire.
Para evitar o cansaço sensorial, melhorar a qualidade do sono e se recuperar para o dia seguinte, o mais indicado é praticar o jejum sensorial. Segundo o neurologista da Casa de Saúde São José, existem diversas formas de repouso além do físico, mental ou emocional. Assim, dedicar um tempo longe dos estímulos eletrônicos oferece o descanso mais efetivo para os sentidos.

Jejum sensorial
Embora pareça simples, executar um jejum sensorial pode ser bastante desafiador em um mundo que nos mantém conectados o tempo todo. Ainda assim, trata-se de uma prática importante para cuidar da própria saúde.
“O jejum sensorial pode ser, por exemplo, permanecer uma parte da noite sem esses estímulos eletrônicos, sendo útil sobretudo para uma noite de sono mais satisfatória. Afinal, é importante lembrar que a insônia e o sono irregular acabam sendo fatores de risco para várias doenças a médio e longo prazo, inclusive aumentando a mortalidade”, conclui o Dr. Fabrício Hampshire.
Portanto, para reduzir o cansaço sensorial, recomenda-se reservar momentos do dia sem exposição a estímulos visuais e sonoros intensos, principalmente antes de dormir. Pausas curtas, ambientes tranquilos e o uso consciente de dispositivos eletrônicos ajudam a garantir um descanso completo.
Por Bernardo Bruno
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