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Tarifas de Trump, guerra da Ucrânia e COP30: os temas do telefonema de Lula a Macron, segundo o Planalto
O presidente brasileiro teria conversado com o líder francês por cerca de uma hora na manhã desta quarta-feira


Lula (PT) e o presidente da França, Emmanuel Macron, conversaram, por telefone, na manhã desta quarta-feira 20. Segundo informações divulgadas pelo Palácio do Planalto, a iniciativa da ligação partiu do presidente brasileiro e a conversa durou cerca de uma hora.
Os temas da ligação foram listados pelo governo brasileiro e vão da defesa do multilaterialismo à confirmação de presença de Macron na COP30. A dupla, aliada no cenário global, teria tratado, ainda, da guerra da Ucrânia e da resposta brasileira ao tarifaço de Donald Trump, dos Estados Unidos.
“Os mandatários reafirmaram seu apoio ao multilateralismo e ao livre comércio”, inicia a nota do Planalto sobre a ligação. “O presidente Lula repudiou o uso político de tarifas comerciais contra o Brasil e relatou as medidas que seu governo adotou para proteger os trabalhadores e as empresas brasileiras. Também informou o presidente Macron do recurso que o Brasil apresentou à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as injustificadas tarifas norte-americanas”, adiciona, em seguida.
Lula, via redes sociais, também comentou a ligação e disse ter reforçado o pedido para que o acordo entre o Mercosul e a União Europeia seja finalizado. A França, atualmente, é considerada o maior entrave para o tratado comercial sair do papel. Macron, ao comentar a ligação, disse não ser contrário ao acordo, mas que é preciso oferecer mais proteção aos agricultores da França. “Em relação ao Mercosul, reiterei a ele que estava pronto para um acordo ambicioso UE-Mercosul, desde que protegesse os interesses da nossa agricultura francesa e europeia e servisse às nossas respectivas economias”, escreveu o presidente francês em uma rede social.
Sobre a guerra entre ucranianos e russos, Lula e o governo brasileiro sustentam que Macron ouviu as preocupações sobre o aumento nos gastos militares promovidos pela Europa ao longo dos últimos meses. Macron teria elogiado a participação brasileira em iniciativas que pedem a paz na região.
“Trocamos impressões sobre as negociações de paz na Ucrânia. O presidente Macron elogiou o papel do Grupo de Amigos da Paz, liderado por Brasil e China. Acordamos em continuar o diálogo sobre o conflito”, descreveu Lula.
“Reiterei a necessidade de defender o multilateralismo e seu papel central na obtenção de uma paz justa e duradoura na Ucrânia, com fortes garantias de segurança para a Ucrânia e a segurança da Europa”, anotou Macron.
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