Justiça

STF realiza nesta quarta a acareação entre Cid e Câmara, réus pela trama golpista

Os militares ficarão frente a frente na Corte para confrontar versões sobre o plano de ruptura

STF realiza nesta quarta a acareação entre Cid e Câmara, réus pela trama golpista
STF realiza nesta quarta a acareação entre Cid e Câmara, réus pela trama golpista
Marcelo Câmara e Mauro Cid, réus pela trama golpista. Fotos: Reprodução e Lula Marques/Agência Brasil
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O Supremo Tribunal Federal realiza, nesta quarta-feira 13, a acareação entre entre Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), e Mauro Cid, tenente-coronel que ocupava o posto de ajudante de ordens no governo do ex-capitão e que, mais tarde, se tornou delator da trama golpista.

A medida foi autorizada na semana passada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Pela determinação, a dupla, por volta das 11h30, ficará frente a frente na sede do Tribunal para confrontar versões sobre a trama golpista.

As versões

Cid, durante as investigações, apontou envolvimento de Câmara em diferentes partes do planejamento do golpe, entre elas na articulação para assassinar autoridades. O plano conhecido como “Punhal Verde e Amarelo” previa a morte de Lula (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e de Alexandre de Moraes.

Câmara, no entanto, nega as declarações do tenente-coronel e alega ter sido usado pelo militar no processo. Ele diz que não teria conhecimento da iniciativa e sustenta que apenas cumpria ordens, sem saber o objetivo final, ao realizar o monitoramento dos alvos.

Acareações

Essa é a terceira vez que o STF realizará acareações entre envolvidos na trama golpista. Cid, aliás, já participou de um destes procedimentos, com o general Walter Braga Netto, outro réu no processo. A outra acareação se deu entre o ex-ministro Anderson Torres e o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes.

Núcleo 2

A atual acareação faz parte da fase de instrução da ação penal contra o chamado núcleo 2 da trama golpista. O grupo é citado pela Procuradoria-Geral da República como o responsável por gerenciar as ações planejadas pela suposta organização criminosa liderada por Bolsonaro. Além de Câmara, outros membros do governo anterior fazem parte deste núcleo e também são réus. Veja a lista:

  • Filipe Martins, ex-assessor de assuntos internacionais de Bolsonaro;
  • Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro;
  • Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal;
  • Mário Fernandes, general do Exército;
  • Marília de Alencar, ex-subsecretária de Segurança do Distrito Federal; e
  • Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário-adjunto de Segurança do Distrito Federal.

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