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Candidatos de direita lideram disputas presidenciais na Bolívia, indicam pesquisas
Eleição está programada para o dia 17 de agosto, próximo domingo


Dois candidatos de oposição ao governo de esquerda da Bolívia, que está muito perto de perder o poder após quase 20 anos, lideram as pesquisas publicadas no fim de semana, as últimas autorizadas antes das eleições presidenciais de 17 de agosto.
O empresário de centro-direita Samuel Doria Medina, candidato da Aliança Unidade, lidera as pesquisas Ipsos-Ciesmori e Captura Consulting, com 21,2% e 21,6% das intenções de voto, respectivamente.
Em segundo lugar aparece o ex-presidente de direita Jorge Quiroga, da coalizão Livre, que tem 20% das intenções de voto nas duas pesquisas.
Se a tendência for confirmada na eleição do próximo domingo, os dois candidatos disputarão o segundo turno em 19 de outubro.
Desde 2005, o esquerdista Movimento ao Socialismo (MAS), com Evo Morales durante três mandatos (2006-2019) e depois com Luis Arce (2020-2025), venceu todas as eleições no primeiro turno.
Pela primeira vez em duas décadas, o MAS pode perder uma eleição presidencial, no momento em que a Bolívia enfrenta uma grave crise econômica provocada pela escassez de dólares, que se tornou a principal preocupação dos bolivianos nos últimos meses.
O governo de Arce quase esgotou as reservas internacionais de divisas para manter uma política de subsídios. O país importa combustíveis para a venda com preços reduzidos no mercado interno.
A inflação em 12 meses alcançou 24,8% em julho, o índice mais elevado desde 2008.
A situação afetou o MAS nas pesquisas. O candidato do partido, o ex-ministro Eduardo del Castillo, aparece na sétima posição entre nove candidatos.
A principal aposta da esquerda é o presidente do Senado, Andrónico Rodríguez, um sindicalista afastado do governo. Mas ele aparece na quarta posição (7,2%) na pesquisa da Captura Consulting e em quinto lugar (5,5%) na Ipsos-Ciesmori.
Uma decisão judicial que permite apenas uma reeleição presidencial deixou de fora da campanha o ex-presidente Evo Morales, que aspirava o quarto mandato.
Morales agora promove uma campanha pelo voto nulo, que segundo a Ipsos-Ciesmori alcança 14,6% do eleitorado. Desde outubro do ano passado, ele permanece na região cocalera de Chapare, no centro da Bolívia, devido a uma ordem de detenção por um caso de tráfico de menor de idade que ele nega.
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