Mundo
Quaest: discussão nas redes sobre Magnitsky tem 60% de menções favoráveis a Moraes
Entre os críticos à sanção, prevalece a impressão de que Trump fere a soberania brasileira para proteger a família Bolsonaro


Um levantamento da Quaest divulgado nesta quinta-feira 31 aponta que a sanção dos Estados Unidos ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes teve uma repercussão majoritariamente negativa nas redes sociais — favorável, portanto, ao magistrado.
A imposição da Lei Magnitsky contra Moraes recebeu 1,6 milhão de menções entre a segunda-feira 28 e o fim da tarde da quarta-feira 30. Segundo a Quaest, 60% das citações são contrárias à decisão de Donald Trump, ante 28% de favoráveis e 12% de neutras.
O anúncio do governo norte-americano ocorreu na quarta, mas o tema ganhou força desde o início da semana com notícias sobre a iminência da punição.
Entre os críticos à sanção, diz o instituto, prevalecem as impressões de que Trump fere a soberania brasileira para proteger a família Bolsonaro e de que não há motivo razoável para a aplicação da lei.
Influenciadores e parlamentares bolsonaristas, por outro lado, usaram o episódio para reforçar alegações de perseguição política e censura por parte de Moraes.
“A apropriação simbólica da Lei Magnitsky como ferramenta de validação externa da pauta bolsonarista mostra uma tentativa de internacionalizar a disputa institucional brasileira, buscando legitimação fora das estruturas tradicionais do Judiciário e da imprensa nacional”, concluiu a Quaest.
O instituto coletou as menções nas redes X, Instagram, Facebook, Reddit, Tumblr e YouTube. Também analisou grupos das plataformas de mensagens WhatsApp, Telegram e Discord.
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