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Sem citar Moraes, Alcolumbre diz que Congresso ‘não admite interferências na atuação dos Poderes’

O presidente do Senado divulgou nota poucas horas após o ministro do Supremo ser alvo de sanções dos EUA

Sem citar Moraes, Alcolumbre diz que Congresso ‘não admite interferências na atuação dos Poderes’
Sem citar Moraes, Alcolumbre diz que Congresso ‘não admite interferências na atuação dos Poderes’
O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP). Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), se manifestou nas redes sociais após os Estados Unidos sancionarem o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Sem citar nominalmente o magistrado, o parlamentar disse que o Congresso brasileiro não aceitará interferências externas.

“Reafirmo a confiança no fortalecimento das nossas instituições, entre elas o Poder Judiciário, elemento essencial para a preservação da soberania nacional, que é inegociável. O Congresso Nacional não admite interferências na atuação dos nossos Poderes”, escreveu o senador nesta quarta-feira 30, poucas horas após a gestão de Donald Trump usar a Lei Magnitsky contra o ministro do STF.

Alcolumbre tem sido pressionado pelo bolsonarismo a dar andamento aos pedidos de impeachment contra Moraes protocolados no Senado. Segundo a tese vociferada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado que articula medidas contra autoridades brasileiras nos EUA, essa seria uma das exigências de Trump para negociar o tarifaço. Até aqui, porém, o senador não deu sinais de que pretende pautar o tema e, de acordo com Eduardo, pode se tornar alvo de sanções.

No comunicado, o senador não respondeu diretamente às ameaças do deputado, mas disse que, ’em conjunto com o Executivo e o Judiciário, acompanha de perto o desdobramento das sanções contra autoridades brasileiras para assegurar a proteção da nossa economia e a defesa intransigente das instituições democráticas’.

Moraes se tornou alvo da legislação norte-americana criada para punir estrangeiros supostamente envolvidos em violações de direitos humanos e corrupção. O argumento é o de que ele tem perseguido cidadãos dos EUA por meio de ações judiciais que miram big techs. Além disso, a gestão Trump sustenta que o julgamento por tentativa de golpe de Estado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem é aliado, seria uma “caça às bruxas”.

A sanção, na prática, impede Moraes de ir aos EUA, bloqueia eventuais bens e fundos do ministro no país e proíbe transações dele com cidadãos, empresas ou instituições financeiras norte-americanas.

O ministro ainda não comentou as sanções do governo norte-americano. O STF, porém, saiu em defesa de Moraes pouco após o anúncio da gestão Trump.

Outras autoridades brasileiras também se manifestaram em favor do ministro, entre eles o presidente Lula (PT). Em nota, o petista disparou contra políticos brasileiros que ‘traem a Pátria’ e criticou os EUA pela mistura de desavenças políticas com medidas econômicas.

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