Mundo
Ataque a igreja no Congo deixa mais de 40 mortos
Rebeldes ligados ao grupo terrorista Estado Islâmico invadiram igreja no nordeste do país e executaram fiéis. Nove crianças estão entre os mortos


Pelo menos 43 pessoas foram mortas neste domingo 27 em um ataque de rebeldes das Forças Democráticas Aliadas (ADF, em inglês) a uma igreja católica República Democrática do Congo.
As ADF – grupo insurgente com ligações com o chamado Estado Islâmico – invadiram a igreja, localizada na cidade de Komanda, no nordeste do país, enquanto fiéis se reuniam para orar.
Nove crianças estão entre os mortos, de acordo com a Missão de Estabilização das Nações Unidas para a República Democrática do Congo (Monusco), a missão de paz da ONU no país.
“A maioria das vítimas teria sido esfaqueada num local de culto. Várias pessoas foram raptadas. Casas e lojas também foram incendiadas, agravando uma situação humanitária já extremamente preocupante”, afirmou a disse a vice-chefe da Monusco, em um comunicado divulgado na noite de domingo.
“Esses ataques direcionados a civis indefesos, especialmente em locais de culto, não são apenas revoltantes, mas também contrários a todas as normas de direitos humanos e do direito internacional humanitário”, acrescentou a nota.
Exército do Congo denuncia ataque
O ataque de domingo marcou o fim de um período de calmaria de meses na região de Ituri, na fronteira com Uganda.
Em fevereiro, 23 pessoas morreram em um ataque das Forças Armadas do Congo (ADF) no território de Mambasa, naquela província.
O Exército congolês condenou o que descreveu como um “massacre em larga escala” e afirmou que as ADF decidiram “se vingar de populações pacíficas indefesas para espalhar o terror”.
O leste do Congo é considerado uma das regiões mais perigosas do mundo.
Cerca de 130 grupos armados ativos
Afirma-se que quase 130 grupos armados estão ativos em todo o país, muitos dos quais focados no controle das vastas e valiosas reservas de recursos naturais da região, como coltan, cobalto, ouro e diamantes.
As hostilidades no início deste ano entre as forças congolesas e o grupo rebelde M23 terminaram em uma trégua em 19 de julho.
As ADF são um grupo insurgente de longa data, originário de Uganda e que opera no leste do Congo. Os rebeldes são responsáveis pela morte de milhares de civis.
O grupo frequentemente utiliza machados e facões para realizar ataques. Em 2019, as ADF juraram lealdade ao grupo Estado Islâmico.
(AFD, AP, DPA, EFE, Lusa)
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