Justiça

DPU defende extinção da pena de indígena vítima de estupros em série no Amazonas

Condenada por homicídio, a mulher relatou ter sido vítima de abusos durante os nove meses em que ficou detida em uma delegacia na cidade de Santo Antônio do Içá

DPU defende extinção da pena de indígena vítima de estupros em série no Amazonas
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Créditos: MPAM / Divulgação
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A Defensoria Pública da União defendeu nesta sexta-feira 25 que a indígena vítima de violência sexual em uma cadeia mista, no Amazonas, tenha extinta a sua pena criminal.

Condenada por homicídio, a mulher relatou ter sido vítima de estupros em série por policiais durante os nove meses em que ficou detida em uma delegacia na cidade de Santo Antônio do Içá.

O caso teria o envolvimento de cinco policiais militares e um agente da guarda municipal, segundo relatos da vítima. Os reiterados abusos sexuais e morais ainda teriam ocorrido diante o filho da custodiada, recém-nascido.

Em nota, a DPU repudiou as violações sofridas pela vítima e condenou o pedido para que a custodiada, que hoje cumpre pena no Centro de Detenção Feminino de Manaus, Amazonas, conceda uma nova entrevista pública a um veículo de comunicação sobre o seu processo de execução penal.

O órgão apontou que “repudia a revitimização e destaca a necessidade premente de garantia do seu direito à privacidade e à intimidade, de consentimento prévio, livre e informado, destacando-se o seu grave estado psíquico”.

Além disso, a DPU defendeu a extinção da pena como medida de compensação à vítima. “Destaca-se a possibilidade da sua extinção judicialmente, haja vista a constatação de que as condições do cárcere violaram gravemente os direitos humanos, como o direito à integridade física e moral, evidenciada pelos reiterados estupros por agentes do Estado, tratando-se de escravidão sexual estatal”, sustentou o órgão.

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