Justiça
Deputado a distância: PL se articula para manter Eduardo Bolsonaro no cargo
Bancada bolsonarista promete ‘soluções políticas’ para garantir que o deputado conclua o mandato mesmo fora do Brasil
A bancada do PL na Câmara dos Deputados iniciou uma articulação para impedir a cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que permanece nos Estados Unidos mesmo após o fim do prazo de sua licença parlamentar. O movimento foi confirmado nesta segunda-feira 21 pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que afirmou que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deverá concluir seu mandato, mesmo que remotamente.
“Quero garantir que ele vai terminar o seu mandato. Qual é a forma que vamos usar para isso? Seja votando matérias legislativas ou com soluções políticas”, declarou Sóstenes em coletiva de imprensa. Segundo ele, Eduardo continuará a exercer seu mandato “desde onde mora, que é nos Estados Unidos”, caso a “perseguição” continue.
A licença de Eduardo Bolsonaro terminou no domingo 20. Segundo o Regimento Interno da Câmara, um deputado pode perder o mandato caso falte a um terço das sessões em um período de 60 dias sem justificativa aceita pela Mesa Diretora. O congressista se licenciou em março alegando perseguição política e, desde então, vive nos Estados Unidos.
Além do impasse regimental, Eduardo enfrenta investigações no Supremo Tribunal Federal. Ele é suspeito de ter agido junto ao governo norte-americano para pressionar autoridades brasileiras e tentar obstruir a ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022.
Em live realizada no domingo, Eduardo afirmou que não pretende renunciar ao cargo e que ainda pode “levar o mandato por pelo menos mais três meses”. Ele também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF, e defendeu a anistia para seu pai.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Bolsonarismo reage a tornozeleira com pedido de impeachment de Moraes
Por Vinícius Nunes
Bolsonaro pode ser preso se der entrevistas ou aparecer nas redes, determina Moraes
Por Vinícius Nunes



