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Como a imprensa internacional reagiu ao tarifaço e à carta de Trump ao Brasil

Republicano justificou novas tarifas por déficit inexistente e saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

Como a imprensa internacional reagiu ao tarifaço e à carta de Trump ao Brasil
Como a imprensa internacional reagiu ao tarifaço e à carta de Trump ao Brasil
Lula e Donald Trump. Fotos: Brendan Smialowski e Patrick T. Fallon/AFP
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O anúncio do presidente norte-americano Donald Trump de aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros repercutiu internacionalmente. A decisão, que representa um salto substancial em relação aos 10% estabelecidos em abril e é justificada como medida de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi destaque em alguns dos principais veículos de imprensa do planeta.

A imprensa estrangeira deu destaque ao caráter singular da carta enviada ao presidente Lula (PT). Diferentemente das comunicações padronizadas enviadas a outros países, o documento direcionado ao Brasil tem uma abordagem mais incisiva, misturando justificativas políticas econômicas.

O canal televisivo CNBC, dos EUA, destacou que a correspondência estabelece as tarifas como uma espécie de resposta a questões internas de outro país. “A carta a Lula vai mais longe do que as restantes, ao impor uma nova taxa de imposto de importação nos EUA explicitamente como punição a um país envolvido em assuntos políticos e jurídicos internos que não agradam a Trump”, escreveu o canal em seu site.

Ainda nos EUA, o The New York Times definiu que Brasil e EUA teriam começado uma guerra comercial repentina. “Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do país, atrás apenas da China. E Trump parece condicionar o fim das tarifas à suspensão do processo contra Bolsonaro“, diz o jornal, destacando as possíveis consequências econômicas para o Brasil. 

O britânico The Guardian, por sua vez, classificou a carta como “destemperada” e destacou que ela destoa dos anúncios tarifários anteriores. “Até agora, as cartas tarifárias de Trump têm sido quase idênticas, mudando pouco mais do que os nomes dos países e líderes e as taxas tarifárias, mas a carta destemperada dirigida ao atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, é marcadamente diferente”.

Em cobertura atualizada continuamente, o veículo traçou paralelos entre os eventos de 8 de janeiro de 2023 no Brasil e a invasão ao Capitólio por apoiadores de Trump em 2021.

Na América Latina, o argentino Clarín afirmou que a tensão entre os dois países “escalou com força”, chamando a atenção para a reação imediata do governo Lula. “Trump misturou motivações políticas e econômicas ao justificar o aumento da tarifa, que supera em muito a média de 10% aplicada a outros países latino-americanos”, afirmou o jornal, chamando a medida de “drástica”.

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