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Governo do Irã suspende cooperação com Agência Internacional de Energia Atômica

Autoridades iranianas denunciaram repetidamente o que chamaram de ‘silêncio’ da AIEA diante dos bombardeios israelenses e americanos

Governo do Irã suspende cooperação com Agência Internacional de Energia Atômica
Governo do Irã suspende cooperação com Agência Internacional de Energia Atômica
Iranianos se despedem de mortos na guerra contra Israel e EUA. Foto: ATTA KENARE / AFP
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O Irã suspendeu oficialmente sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) na quarta-feira 2. Teerã intensificou as acusações contra a organização, desde os bombardeios de Israel e Estados Unidos à infraestrutura nuclear do país.

Em 25 de junho, um dia após o cessar-fogo que encerrou 12 dias de guerra com Israel, o Parlamento iraniano aprovou por ampla maioria um projeto de lei que suspende a cooperação entre a República Islâmica e a agência da ONU.

A lei foi posteriormente aprovada pelo Conselho dos Guardiões, o órgão responsável por revisar a legislação no Irã, antes de ser ratificada pelo presidente iraniano Massoud Pezeshkian, entrando assim em vigor.

Pezeshkian “assinou a lei que suspende a cooperação” com a AIEA, anunciou a televisão estatal na quarta-feira.

Autoridades iranianas denunciaram repetidamente o que chamaram de “silêncio” da AIEA diante dos bombardeios israelenses e americanos às instalações nucleares iranianas.

Teerã também criticou a agência por uma resolução adotada em 12 de junho, véspera dos primeiros ataques israelenses, que acusava o Irã de não cumprir suas obrigações nucleares. Autoridades iranianas alegaram que esta resolução foi um dos argumentos usados para justificar o ataque israelense.

Visita rejeitada

O Irã também rejeitou um pedido do diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, para visitar suas instalações nucleares, bombardeadas durante a guerra, para determinar o que restou do estoque de urânio enriquecido do país, após o ataque.

No final de junho, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, denunciou as “intenções maliciosas” de Grossi.

Alegando que o Irã estava prestes a adquirir uma bomba atômica, afirmação negada por Teerã repetidamente, Israel lançou ataques contra instalações nucleares e militares iranianas em 13 de junho, resultando na morte de oficiais superiores e cientistas que desenvolviam o programa nuclear.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou aviões militares na madrugada de 21 de junho para bombardear a instalação subterrânea de enriquecimento de urânio em Fordow, ao sul de Teerã, e as instalações nucleares em Isfahan e Natanz, no centro do Irã.

(Com AFP)

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