Política
A avaliação do líder do governo sobre a sessão do Congresso que derrubou vetos de Lula
O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) comentou as votações em uma coletiva de imprensa, quando também prometeu ‘força total’ na CPMI do INSS


O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso Nacional, avaliou, na noite de terça-feira 17, a sessão que derrubou vetos de Lula (PT) e iniciou os trâmites para abertura da CPMI do INSS, um pedido articulado pela oposição. A avaliação foi feita em coletiva de imprensa.
Para Randolfe, a sessão estaria longe de representar qualquer derrota para Lula no Legislativo, já que a própria base do governo concordaria com a abertura da CPMI e teria participado do acordo para a derrubada dos vetos, cumprido, segundo ele, integralmente pelos parlamentares.
“É uma sessão vitoriosa para o governo”, comentou ao ser questionado sobre a queda das assinaturas de Lula. “Nós tivemos 236 itens de vetos – que na prática são 236 vetos – que foram mantidos e somente 36 itens de vetos que foram derrubados em acordo com o governo. […] Do ponto de vista de vetos, me parece que essa é a sessão do Congresso que tivemos o maior número de vetos do presidente da República mantidos”, insistiu o senador.
Para ele, os 36 itens de vetos derrubados não representariam derrota por terem sido organizados em acordo. “Para construir o melhor acordo, o governo deve ceder em alguns vetos e deve apreciar os vetos que são prioritários para serem mantidos. Foi assim que ocorreu nessa sessão. Por isso nós tivemos 236 vetos mantidos”, reforçou a avaliação.
Time principal na CPMI
Já sobre a CPMI do INSS, o líder do governo adotou uma postura ainda mais otimista ao comentar o tema. Disse, por exemplo, se tratar de uma boa oportunidade para o governo derrubar ‘narrativas da oposição’.
“Quem deveria lamentar a CPMI é a oposição, porque ela deixará mais claro para os brasileiros quem são os verdadeiros responsáveis pela roubalheira no INSS“, ironizou.
Randolfe informou, ainda, que o governo pretende escalar sua ‘tropa de choque’ de senadores e deputados para participar do colegiado. “Nós vamos para a CPMI com o time principal, não vamos jogar com time reserva, para garantir que a investigação ocorra, doa a quem doer, chegue onde tiver que chegar e custe o que custar”, afirmou.
Ainda sobre a investigação, pediu que a Câmara, responsável pela indicação do relator, tenha bom senso e não indique um bolsonarista ao posto. “O Senado está com uma posição de bom senso para que a investigação não seja presidida por representante do partido do presidente e seria de bom tom que a relatoria não fosse do principal partido da oposição”, comentou.
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