Política

Entenda a ação da AGU contra Ciro Gomes por ofensas a Lula

Nos últimos anos, o pedetista intensificou as críticas ao PT e mantém uma postura de oposição ao atual governo

Entenda a ação da AGU contra Ciro Gomes por ofensas a Lula
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Lula e Ciro. Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
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A Advocacia-Geral da União acionou a Justiça Federal do Ceará, no mês passado, contra o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) por críticas ao presidente Lula (PT) sobre a liberação dos empréstimos consignados do FGTS. Na ocasião, o ex-governador cearense declarou que o petista “segue na sua história de encher os bolsos dos banqueiros enquanto fragiliza a população brasileira”.

Para a AGU, houve atribuição dos crimes de corrupção e peculato (apropriação de bens públicos) na declarações de Ciro. Por isso, pediu que ele desse “explicações pertinentes quanto às declarações inverídicas que apresentou nos vídeos, apresentando as provas que supostamente detenha a respeito das afirmações que aduziu”.

No fim de maio, a juíza da 11ª Vara Federal determinou que o ex-governador se manifestasse em até cinco dias, prazo que se encerrou na segunda-feira 2. Um despacho assinado pela magistrada no dia seguinte afirma que Ciro não enviou as explicações à Justiça e pediu para que o Ministério Público Federal se pronuncie.

Ciro foi às redes sociais no último sábado 7 e disse ser alvo de lawfare, termo utilizado para definir o uso do Poder Judiciário contra adversários. Afirmou ainda que não teve a intenção de ofender o presidente e voltou a criticar a medida do governo, que oferece condições mais acessíveis a faixas de crédito mediante a garantia do FGTS.

“Muitos processos artificiais são movidos contra mim pelos políticos agentes dos agiotas que chupam o sangue do povo brasileiro”, disse o pedetista na gravação. “Não o ofendi em nada em minhas exposições das políticas de agiotagem do governo. São os fatos e somente os fatos que o ofenderam”.

Ciro e Lula foram aliados durante o primeiro mandato petista, entre 2003 e 2006, quando o ex-governador ocupou o cargo de ministro da Integração Nacional. O rompimento se cristalizou em 2018, quando Ciro recusou o convite para ser vice na chapa de Lula.

Em 2022, o pedetista intensificou as críticas ao PT e, desde então, mantém uma postura de oposição ao atual governo. A divergência com o partido motivou, inclusive, o rompimento político com seu irmão, o senador Cid Gomes, que deixou o PDT e se filiou ao PSB. Desde o ano passado, Ciro tem ensaiado uma aproximação com o bolsonarismo no Ceará.

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