Justiça

Fuga de Zambelli após condenação no STF começou pela Argentina; veja o trajeto

A Corte sentenciou a bolsonarista a 10 anos de prisão e à perda do mandato no caso da invasão a um sistema do CNJ

Fuga de Zambelli após condenação no STF começou pela Argentina; veja o trajeto
Fuga de Zambelli após condenação no STF começou pela Argentina; veja o trajeto
A deputada federal Carla Zambelli. Foto: Lula Marques/Agência Brasil
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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) fugiu do Brasil pela Argentina, rumo aos Estados Unidos, dias após ser condenada a dez anos de prisão e à perda do mandato por decisão do Supremo Tribunal Federal.

Zambelli confirmou à CNN Brasil o trajeto: foi de carro de São Paulo a Foz do Iguaçu (PR) e atravessou a fronteira até Puerto Iguazu, na Argentina, de onde embarcou em um avião até Buenos Aires e, posteriormente, a Miami.

Nos próximos dias, a parlamentar projeta viajar à Itália. Por ter cidadania do país, acredita que não será deportada mesmo em caso de uma ordem de prisão preventiva e de extradição.

A Procuradoria-Geral da República já pediu ao STF, nesta terça, a prisão preventiva de Zambelli e sua inclusão na lista de difusão vermelha da Interpol. A decisão cabe ao ministro Alexandre de Moraes.

Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, não se trata de antecipar o cumprimento da pena, mas de uma prisão cautelar voltada a “assegurar a devida aplicação da lei penal”.

“Há necessidade, além disso, para eficácia da medida requerida e igualmente assegurar a aplicação da lei penal, de inclusão do nome da parlamentar requerida na difusão vermelha da Interpol, com a suspensão de seu passaporte e imediata comunicação aos países”, completou o chefe do Ministério Público Federal.

Em maio, por 5 votos a 0, a Primeira Turma do Supremo condenou a bolsonarista a dez anos de prisão e à perda do mandato no caso da invasão a um sistema do Conselho Nacional de Justiça.

Segundo a denúncia da PGR, o hacker Walter Delgatti violou indevidamente mecanismos de segurança e invadiu dispositivos informáticos do CNJ sob o comando de Zambelli.

Durante a ação criminosa houve a inserção de documentos falsos, como um mandado de prisão contra Moraes. Zambelli e Delgatti foram a julgamento pelos crimes de falsidade ideológica e invasão a sistemas da Justiça.

Em seu voto, Moraes afirmou ser “completamente absurda a atuação vil de uma deputada federal, que exerce mandato em representação do povo brasileiro, e de um indivíduo com conhecimentos técnicos específicos, que causaram relevantes e duradouros danos à credibilidade das instituições”.

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