Justiça
PGR pede prisão preventiva e inclusão de Zambelli na lista da Interpol após fuga do Brasil
A bolsonarista deixou o País após ser condenada a 10 anos de prisão pelo STF por invasão a um sistema do CNJ


A Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal, nesta terça-feira 3, a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e sua inclusão na lista de difusão vermelha da Interpol. A decisão cabe ao ministro Alexandre de Moraes.
A solicitação ocorreu horas depois de a parlamentar bolsonarista anunciar uma fuga do Brasil.
Zambelli saiu do País após ser condenada a 10 anos de prisão pelo STF por invasão a um sistema do Conselho Nacional de Justiça. Ela também é alvo de mais um processo em andamento na Corte, no caso da perseguição armada a um homem em São Paulo — já há maioria formada por sentenciá-la a 5 anos e 3 meses de prisão por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal.
Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, não se trata de antecipar o cumprimento da pena, mas de uma prisão cautelar voltada a “assegurar a devida aplicação da lei penal”. O pedido de prisão é sigiloso, mas a TV Globo divulgou trechos do documento.
“Há necessidade, além disso, para eficácia da medida requerida e igualmente assegurar a aplicação da lei penal, de inclusão do nome da parlamentar requerida na difusão vermelha da Interpol, com a suspensão de seu passaporte e imediata comunicação aos países”, completou o chefe do Ministério Público Federal.
Mais cedo nesta terça, o PT acionou a PGR para pedir a prisão preventiva de Zambelli, a inclusão da bolsonarista na difusão vermelha da Interpol e o início do processo de extradição.
Segundo a peça, a deputada representa “risco concreto à aplicação da lei penal, à ordem pública e à integridade das instituições democráticas”.
A parlamentar disse à CNN Brasil estar nos Estados Unidos, mas adiantou que viajará à Itália. Zambelli projetou retornar ao Brasil apenas quando o País “voltar a ser uma democracia”.
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