Política
Lula sobe o tom contra Eduardo Bolsonaro: ‘Lambe botas de Trump’ que faz ‘ação terrorista’ contra o Brasil
Em coletiva de imprensa, o presidente brasileiro também fez fortes críticas aos EUA, que encaminham sanções que podem atingir o ministro Alexandre de Moraes


O presidente Lula subiu o tom contra o deputado Eduardo Bolsonaro em coletiva de imprensa realizada em Brasília, nesta terça-feira 3. O petista chamou o deputado do PL de ‘lambe botas de Trump’ e o acusou de fazer ‘ações terroristas’ contra o Brasil.
“É lamentável que um deputado brasileiro, filho do ex-presidente, esteja a convocar os EUA a se meter na política interna do Brasil. É grave. Isso é uma prática terrorista. Isso é uma prática antipatriótica”, afirmou Lula a jornalistas.
O presidente, então, prosseguiu, sem citar nominalmente o parlamentar, mas repetindo considerar lamentável “um cidadão que é deputado” pedir “licença do seu mandato para ficar lambendo as botas do Trump e de assessor do Trump”.
Eduardo Bolsonaro está licenciado desde março, quando alegou que se ausentaria do Brasil para articular sanções contra autoridades brasileiras junto ao governo de Donald Trump, nos EUA. Ele ainda não tem data definida para retornar ao Brasil.
Essa atuação do parlamentar, que tem como alvo principal o ministro Alexandre de Moraes, já motivou uma investigação no Supremo Tribunal Federal. O inquérito é conduzido pela Polícia Federal.
Críticas aos EUA
Lula também aproveitou a coletiva para repetir críticas aos Estados Unidos feitas no final de semana. O presidente brasileiro reclama da atuação do governo Trump contra a Suprema Corte do Brasil. Ele prometeu defender Moraes e o STF contra eventuais sanções impostas pelos norte-americanos.
“Eu acho que os EUA precisam compreender que o respeito a instituições de outros países é muito importante. Nós achamos que um país não pode se intrometer na vida do outro”, disse. “Não tem cabimento”, avaliou.
Lula disse considerar “inadmissível” qualquer comentário de Trump sobre o funcionamento da Justiça brasileira. “Se concorda ou não, silencie. Não é correto dar palpite”, disse.
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