Justiça
Por risco de fuga, Moraes autoriza transferência de agente da PF réu na ação do golpe
Wladimir Matos Soares integrou o núcleo 3 da trama golpista para manter Jair Bolsonaro no poder


O ministro Alexandre de Moraes autorizou a transferência do policial federal Wladimir Matos Soares, réu no Supremo Tribunal Federal por participação na tentativa de golpe em 2022, por risco de fuga. Segundo a decisão, assinada nesta quinta-feira 22, o agente será levado a outro bloco da penitenciária em que está detido.
Moraes ratificou uma recomendação da Vara de Execuções Penais do DF para mudar Wladimir de bloco. A decisão foi tomada após a inteligência da Polícia Militar manifestar “preocupação com relação ao risco de fuga do custodiado, diante das peculiaridades daquela unidade prisional e do perfil do interessado”. A defesa do réu não se pronunciou sobre a transferência.
Wladimir está no Centro de Internamento e Reeducação, em Brasília, desde novembro passado. Na terça-feira 20, o agente da PF e nove militares viraram reús no STF por envolvimento na articulação golpista para reverter a vitória de Lula (PT) e manter Jair Bolsonaro no poder. Ele é acusado de integrar o núcleo 3 do golpe, responsável pelas ações armadas do plano.
Entre as atividades do grupo estaria o sequestro e até a morte de Moraes, de Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Áudios obtidos pelos investigadores mostram que Matos dizia fazer parte de uma equipe de operações especiais pronta para defender Bolsonaro com armas e que aguardava apenas um “ok” para agir.
Em nota à reportagem, a defesa de Wladimir Soares afirmou ter sido pega de surpresa com a decisão e disse que a alegação de fuga é falsa. “Nosso cliente não tinha e não tem nenhuma intenção de fuga, até porque tem a convicção de que não cometeu crime algum”, diz o texto assinado pelos advogado Luiz Carlos Magalhães e Ramón Gomez Júnior.
Leia a decisão:
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