Justiça

Justiça rejeita pedido de Nunes e libera serviço de moto por aplicativo em São Paulo

Magistrado entendeu que as justificativas da prefeitura não são suficientes para proibir uma modalidade presente em outros municípios

Justiça rejeita pedido de Nunes e libera serviço de moto por aplicativo em São Paulo
Justiça rejeita pedido de Nunes e libera serviço de moto por aplicativo em São Paulo
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
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O juiz Josué Vilela Pimentel, da 8ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo, declarou inconstitucional o decreto do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), que proibia o transporte de passageiros por aplicativos em motocicletas. Cabe recurso contra a ordem, assinada nesta quarta-feira 14.

Em janeiro, Nunes determinou a suspensão do serviço, lançado pela 99 naquele mês. Na ocasião, o prefeito alegou que o funcionamento descumpria um decreto de 2023 que impedia a oferta dessa modalidade de transporte sob a justificativa de haver maior risco ao passageiro.

À Justiça, a empresa argumentou que o decreto é inconstitucional e que o serviço de transporte de moto por aplicativos é permitido em todo o Brasil.

No processo, a prefeitura apresentou dados dos acidentes de trânsito envolvendo motocicletas na capital entre 2014 e 2023, período em que o serviço de mototáxi não era oferecido por aplicativos.

Em resposta, Pimentel sustentou que o intervalo mencionado não demonstra aumento no número de acidentes e óbitos em razão dos serviços de aplicativo e, por consequência, seria ilógico associar as fatalidades a essa modalidade ” Se o número de acidentes aumenta, é claro sinal de que a fiscalização é insuficiente e/ou ineficiente”, escreveu.

O juiz apontou que o serviço já está em execução em diversos municípios e que as previsões sobre aumento considerável no número de acidentes não passam de “mera especulação”.

Segundo ele, a proibição não colabora para solucionar o problema apresentado pela prefeitura.

“Editar leis e decretos inconstitucionais equivale a não editar nada”, acrescentou. “A ausência de regulamentação do município sobre serviço autorizado em sede de competência exclusiva federal (…), aliado à ineficácia da fiscalização a seu cargo, é o que coloca realmente em risco a população.”

Em nota, a 99 informou que o serviço de transporte privado de passageiros em motocicletas voltará a ser oferecido imediatamente na cidade de São Paulo.

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