Educação

Evangélicos entram em ação no STF contra linguagem neutra nas escolas

A Corte invalidou uma norma de Santa Catarina, mas cabe recurso

Evangélicos entram em ação no STF contra linguagem neutra nas escolas
Evangélicos entram em ação no STF contra linguagem neutra nas escolas
O ministro do STF Kassio Nunes Marques. Foto: Andressa Anholete/SCO/STF
Apoie Siga-nos no

O ministro do Supremo Tribunal Federal Kassio Nunes Marques autorizou o ingresso de um partido e três entidades em uma ação sobre linguagem neutra nas escolas de Santa Catarina.

No início do mês, a Corte decidiu, por unanimidade, invalidar uma norma do estado que proibia a linguagem sem designação de gênero masculino ou feminino em escolas e órgãos públicos. Cabe, porém, recurso contra a determinação.

Em despachos publicados nesta segunda-feira 12, Kassio aceitou como amicus curiae o PTB, a Associação Nacional de Juristas Evangélicos, a União Catarinense dos Estudantes e o Acontece — Arte e Política LGBTI+.

Amicus curiae (ou amigo da Corte) é uma expressão utilizada para designar uma terceira parte que ingressa no processo para fornecer subsídios ao julgador.

A norma derrubada pelo STF constava do decreto estadual 1.329/2021, que impedia ainda o uso da chamada “linguagem não binária” – com terminações neutras como “x”, @ ou “u” – em documentos oficiais. A ação partiu do PT.

Prevaleceu o voto de Kassio, relator do processo. A avaliação é que, segundo a jurisprudência firmada pelo STF, cabe à União editar normas que garantam uma base curricular única e nacional para a educação infantil e os ensinos fundamental e médio.

Para o ministro, o STF considera que a proibição do uso de determinada modalidade da língua portuguesa ou a sua imposição fere a Constituição Federal. Assim, qualquer tentativa estadual ou municipal de impor mudanças ao idioma por meio de uma disposição normativa, como se a língua pudesse ser moldada mediante decreto, será ineficaz.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo